FDA aprova sachês de nicotina como alternativa ao cigarro tradicional nos Estados Unidos

Reprodução: jplenio/Pixabay

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, deu um passo importante ao autorizar a venda de sachês orais de nicotina, oferecendo uma nova opção para fumantes em busca de alternativas menos prejudiciais ao cigarro convencional. O produto, denominado ZYN, produzido pela Swedish Match e pertencente à Philip Morris International (PMI), se tornou o primeiro sachê de nicotina a ser aprovado nos Estados Unidos em janeiro deste ano. A decisão da FDA segue uma revisão rigorosa de estudos científicos que avaliavam os sachês como uma opção mais segura para adultos que não conseguem ou não desejam abandonar o tabaco.

Esses sachês de nicotina são pequenas bolsas de celulose que se dissolvem na boca, liberando nicotina de forma gradual, que é absorvida pela corrente sanguínea. A liberação do produto foi autorizada com a avaliação de que, em comparação com os cigarros tradicionais, esses sachês apresentam um risco significativamente menor de causar câncer e outros problemas de saúde.

Segundo Matthew Farrelly, Ph.D., diretor do Office of Science no Center for Tobacco Products da FDA, para que um novo produto seja aprovado, é necessário que existam “evidências suficientes de que ele oferece mais benefícios à saúde da população do que riscos”. Nesse caso, a FDA concluiu que os sachês de nicotina atendem a esse critério, trazendo benefícios para adultos fumantes que não conseguiram ou não desejam abandonar o cigarro convencional.

Embora parar de fumar seja considerado o método mais eficaz para evitar doenças relacionadas ao tabagismo, muitas pessoas enfrentam dificuldades para abandonar o hábito, mesmo com o apoio de campanhas de conscientização e programas de cessação. Nesse contexto, especialistas apontam que a abordagem de redução de danos, como a substituição do cigarro por sachês de nicotina, pode ser uma solução viável para esses fumantes.

Ao contrário dos cigarros, que liberam mais de 6.000 substâncias carcinogênicas devido à combustão do tabaco, os sachês de nicotina oferecem um risco menor, pois contêm apenas nicotina — a substância que causa dependência — sem os compostos cancerígenos presentes na fumaça do cigarro.

Apesar dos benefícios potenciais, a aprovação da FDA também vem com um alerta: o uso de sachês de nicotina deve ser restrito a adultos, com rigorosa regulação de marketing para evitar que o produto atinja o público jovem e crie novos dependentes de nicotina.

Atualmente, os sachês de nicotina não são autorizados no Brasil, o que levanta preocupações, já que produtos semelhantes circulam ilegalmente no mercado. Especialistas indicam que o país precisa criar uma regulamentação própria para o produto, adaptada à realidade local, a fim de garantir sua comercialização segura e controlada.

Os sachês fazem parte da estratégia da PMI para se distanciar do mercado de cigarros tradicionais e se posicionar como líder em produtos sem fumaça. No primeiro semestre de 2024, os produtos livres de fumaça representaram mais de 38% da receita líquida da empresa. Desde 2008, a PMI já investiu mais de 12,5 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento de alternativas sem fumaça, como dispositivos eletrônicos de tabaco aquecido, que reduzem a exposição aos compostos tóxicos em até 95% em comparação com o cigarro convencional.

Embora a tecnologia de tabaco aquecido ainda não esteja disponível no Brasil, ela já é comercializada em mais de 90 mercados, incluindo União Europeia, Nova Zelândia, México e Canadá.

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