Na abertura da 78ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada nesta segunda-feira (19/05) em Genebra, na Suíça, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi homenageada por sua contribuição à saúde global. A cerimônia marcou também o início das comemorações pelos 125 anos da instituição, celebrados oficialmente no dia 25 de maio.
Durante o discurso de abertura, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, destacou o papel da Fiocruz no Hub para Inteligência Pandêmica e Epidêmica da OMS, sediado em Berlim, na Alemanha, e agradeceu à fundação brasileira por liderar um dos consórcios de pesquisa do projeto. “Agradeço à Fiocruz pela parceria e parabenizo calorosamente pelos 125 anos de existência”, declarou.
Segundo Adhanom, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento voltado para epidemias e pandemias é conduzido por consórcios colaborativos que operam em modelo de acesso aberto, envolvendo mais de 5 mil cientistas e abrangendo 12 grupos de patógenos.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, se mostrou emocionado com o reconhecimento internacional. “A fala de Tedros nos honra profundamente. Ele demonstrou um conhecimento surpreendente sobre a Fiocruz, inclusive mencionando sua experiência pessoal com a instituição quando era ministro da Saúde da Etiópia”, afirmou. Para Moreira, o reconhecimento em um fórum tão importante reforça a relevância da Fiocruz na construção de soluções para os desafios globais em saúde.
Com o tema “Um Mundo pela Saúde”, a Assembleia vai até o dia (27/05) e conta com a participação de representantes dos países-membros da OMS, incluindo a comitiva brasileira. Entre os principais assuntos em pauta estão o fortalecimento da resposta a emergências sanitárias, financiamento de sistemas de saúde e estratégias de preparação para futuras pandemias. Ao longo da semana, eventos paralelos também vão promover discussões sobre novas parcerias e cooperação internacional.
Durante o encontro, Tedros enfatizou ainda o apoio da OMS às nações no fortalecimento da vigilância genômica, com destaque para a criação da Rede Internacional de Vigilância de Patógenos, que já conecta 350 instituições em 100 países.
O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, também participou da plenária de abertura. Em sua fala, reforçou o compromisso do país com o multilateralismo e com o fortalecimento da OMS frente a crises globais, como a pandemia de covid-19 e os impactos das mudanças climáticas. “A maior lição da última década é que nenhum país consegue, sozinho, garantir a saúde do seu povo. O Brasil diz sim à OMS. Precisamos de mais cooperação global, não menos”, afirmou Padilha.
O ministro também destacou como a articulação internacional tem sido fundamental para superar desafios recentes, como o desabastecimento de insulina, e avançar no combate à fome, à pobreza e às doenças negligenciadas. Padilha aproveitou a ocasião para convidar todos os presentes à COP 30, que será realizada em novembro, em Belém do Pará, com foco nas mudanças climáticas.
Como parte das comemorações de seus 125 anos, a Fiocruz promoverá nesta terça-feira (20/05) uma cerimônia especial em Genebra, reunindo parceiros históricos como a Rede Pasteur, a UN Foundation e a Unitaid, além de autoridades nacionais e internacionais. O evento integra a agenda paralela da Assembleia.
Para Mario Moreira, a presença da Fiocruz no encontro da OMS reafirma sua vocação histórica para a cooperação internacional. “É uma alegria imensa representar o SUS nesse momento em que a fundação celebra mais de um século de dedicação à ciência e à saúde pública”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil
