Um vídeo gravado por um motociclista no Centro do Rio de Janeiro reacendeu o alerta sobre a procedência da água vendida por ambulantes nos sinais da cidade. As imagens, que rapidamente ganharam repercussão nas redes sociais, mostram dezenas de garrafas de água mineral sendo armazenadas dentro de um bueiro, em meio a água suja e esgoto.
“Olha aí a fonte das águas. Amanhã eles estão no sinal te esperando. Esse é o reservatório da água”, comenta o motociclista, indignado, enquanto filma o local. A cena reforça a desconfiança sobre a qualidade do produto comercializado por R$ 2,00 nos engarrafamentos cariocas, muitas vezes comprado por motoristas e pedestres com a intenção de ajudar os vendedores.
Apesar do choque causado pelo flagrante, essa prática não é exatamente nova. Há anos circulam denúncias sobre o uso de bueiros como depósito improvisado por camelôs. Regiões como a Lagoa e bairros da Zona Norte já registraram casos semelhantes, apontando para um problema recorrente e preocupante.
Em 2023, uma investigação do jornal O Globo revelou que 28 das 30 amostras de garrafas de água adquiridas nas ruas do Rio estavam adulteradas. A análise foi conduzida pelo laboratório Tecma, com certificação do Inmetro, e revelou a presença de coliformes fecais em duas das unidades testadas — um claro risco à saúde pública.
Diante das denúncias, especialistas alertam para os perigos do consumo de produtos com procedência desconhecida, especialmente em ambientes de alta exposição ao calor e à contaminação. A fiscalização segue sendo um desafio nas ruas da cidade, onde a informalidade e a ausência de controle sanitário comprometem a segurança de quem consome.
Fonte: Diário do Rio
