O Ministério da Saúde anunciou nesta última quinta-feira (03/04) que o medicamento deferiprona será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da sobrecarga de ferro em pacientes com doença falciforme. A decisão visa melhorar o acesso dos pacientes a opções terapêuticas eficazes para o controle do acúmulo excessivo de ferro no organismo, uma condição comum entre aqueles que sofrem da doença devido às frequentes transfusões sanguíneas necessárias para o controle de crises de dor e outras complicações.
Em nota, o Ministério destacou que, com essa inclusão, qualquer paciente com sobrecarga de ferro, independentemente da causa, terá acesso a todas as alternativas terapêuticas disponíveis na rede pública. “O acúmulo de ferro no organismo, se não tratado, pode causar danos graves a órgãos vitais, como coração, fígado e glândulas endócrinas”, alertou o comunicado.
Sobre o medicamento
A deferiprona é um quelante de ferro, ou seja, uma substância que se liga ao ferro em excesso no corpo e facilita sua eliminação pela urina. De acordo com o ministério, o medicamento tem uma posologia mais conveniente em relação a outras opções, o que facilita a adesão ao tratamento. Anteriormente, o uso de deferiprona no SUS era restrito a pacientes com talassemia maior que não podiam utilizar a desferroxamina devido a contraindicações, intolerância ou dificuldades de administração.
A doença falciforme
A doença falciforme é uma condição genética e hereditária que provoca uma alteração nos glóbulos vermelhos, fazendo com que assumam o formato de foices. Isso compromete a circulação sanguínea, resultando em dores intensas, anemias, infecções e complicações em diversos órgãos. Estima-se que cerca de 60 mil pessoas no Brasil vivam com a doença, sendo mais prevalente entre pessoas negras. O tratamento envolve o controle dos sintomas, a prevenção de complicações e, em muitos casos, transfusões sanguíneas regulares.
Fonte: Agência Brasil
