Em busca de soluções para reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal estuda ampliar parcerias com o setor privado. A informação foi confirmada nesta terça-feira (29/04) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A proposta, que será apresentada formalmente nas próximas semanas, pretende utilizar a estrutura ociosa de hospitais particulares e operadoras de planos de saúde para ampliar o acesso da população a consultas especializadas, exames e cirurgias. “Estamos redesenhando a estratégia de colaboração com o setor privado, para garantir atendimento com mais agilidade e qualidade”, afirmou Padilha.
Segundo o ministro, o novo modelo de gestão busca cumprir prazos estabelecidos por lei, como o diagnóstico de câncer em até 30 dias e o início do tratamento em até 60 dias. “Essa é uma das prioridades do presidente Lula. Nosso foco é garantir que o cidadão receba atendimento especializado no tempo certo, especialmente em casos graves como o câncer”, destacou.
Um estudo inédito, feito em parceria com a Faculdade de Medicina da USP e ainda não divulgado, indica uma concentração significativa de médicos especialistas na rede privada que não atuam no SUS. A ideia, segundo Padilha, é integrar essa força de trabalho ao atendimento público.
Durante a pandemia, milhares de procedimentos foram adiados, o que gerou acúmulo de demandas no sistema público de saúde. Para enfrentar esse passivo, a integração com a rede privada é considerada essencial. “Estamos avançando em ações concretas, como a entrega de novos equipamentos de radioterapia e parcerias com instituições de referência, como o Hospital AC Camargo, para acelerar diagnósticos oncológicos”, afirmou o ministro.
Padilha também adiantou que o Ministério da Saúde, em parceria com a Casa Civil e outras pastas, trabalha na elaboração de medidas que deverão ser anunciadas ainda este ano. “Queremos que a população sinta os efeitos dessas ações já nos próximos meses. A saúde pública é uma obsessão deste governo, e vamos seguir trabalhando com urgência e compromisso”, concluiu.