Pela primeira vez, a gripe aviária foi registrada oficialmente em Brasília. O caso foi confirmado após exames laboratoriais feitos em um irerê — uma espécie de pato silvestre — que foi encontrado morto dentro do Zoológico de Brasília na semana passada. A informação foi divulgada pelo Governo Federal na noite desta última terça-feira (03/06).
Apesar de ter sido localizado dentro do zoológico, o irerê não fazia parte do plantel do local. Ele foi achado sem vida ao lado de um pombo, o que levantou o alerta para possível contaminação. Desde a descoberta, o espaço permanece fechado como medida de precaução.
Este é o primeiro registro da doença na capital federal, e ocorre em meio à mobilização nacional para conter o avanço do vírus no país. O primeiro foco em aves comerciais no Brasil foi detectado em 15 de maio, em um matrizeiro na cidade de Montenegro (RS), na região metropolitana de Porto Alegre.
Ações de contenção e monitoramento
Após a confirmação no sul do país, o Ministério da Agricultura decretou estado de emergência zoossanitária: com validade de 60 dias em Montenegro e 180 dias em todo o território nacional. O objetivo é conter possíveis novos focos do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), responsável por surtos em diversas partes do mundo.
Entre as medidas emergenciais estão a intensificação da vigilância sanitária em propriedades rurais, barreiras de desinfecção e monitoramento em um raio de até 10 quilômetros do foco inicial. Segundo o ministério, essas ações foram concluídas em 21 de maio, e não foram detectados novos casos no entorno do matrizeiro gaúcho.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) já foi oficialmente notificada sobre a conclusão da resposta ao surto no sul do Brasil.
Risco à saúde humana é baixo, mas cuidados são essenciais
A gripe aviária é uma doença infecciosa que afeta principalmente aves, mas também pode atingir mamíferos — incluindo seres humanos, em casos raros. A principal forma de transmissão é pelo contato direto com secreções, sangue ou fezes de animais infectados, ou pela inalação de partículas contaminadas.
Desde 2022, diversos países das Américas vêm registrando surtos da doença, como Argentina, Chile, Canadá, México, Estados Unidos e, agora, o Brasil.