A infecção por Helicobacter pylori (H. pylori), uma das causas mais comuns de gastrite e úlceras, pode esconder problemas de saúde mais sérios quando os sintomas persistem após o tratamento. O alerta ganha força após o caso de Fabrício Gomes da Silva, 39 anos, sargento da Marinha, que foi inicialmente diagnosticado com a bactéria, mas posteriormente descobriu um câncer no intestino.
Durante meses, Silva apresentou sintomas típicos da H. pylori — como dores abdominais, arrotos frequentes e perda de apetite. Apesar de ter sido diagnosticado e tratado para a infecção, o quadro clínico não melhorou, o que levou a novos exames que identificaram o tumor.
Sintomas da H. pylori
Segundo especialistas, a infecção pela H. pylori é comum, geralmente adquirida na infância, e pode permanecer silenciosa por anos. Quando sintomática, pode causar:
- Dor ou queimação no estômago
- Náuseas
- Sensação de estufamento após refeições
- Perda de apetite
- Arrotos frequentes
Esses sintomas, no entanto, podem ser facilmente confundidos com doenças como refluxo gastroesofágico, intolerâncias alimentares e até câncer gastrointestinal.
A bactéria se aloja na mucosa do estômago e é transmitida principalmente por meio de água e alimentos contaminados ou pelo contato oral com secreções infectadas. O diagnóstico pode ser feito por diversos exames, como endoscopia com teste de urease, teste respiratório, antígeno fecal e exames de sangue.
Tratamento e cuidados
O tratamento da H. pylori costuma durar entre 10 e 14 dias, com uso combinado de antibióticos e medicamentos que reduzem a acidez estomacal. Em geral, os primeiros sinais de melhora aparecem na primeira semana, mas o alívio total pode levar até um mês.
Contudo, especialistas alertam que, se os sintomas persistirem após esse período, é essencial buscar nova avaliação médica. A falha no tratamento pode estar ligada à resistência bacteriana ou a outro problema de saúde.
“Nem sempre o incômodo é causado apenas pela H. pylori. Quando o tratamento não surte efeito, outras doenças devem ser investigadas, como refluxo, úlceras, intolerâncias, síndrome do intestino irritável ou até câncer”, explica uma especialista.
Quando desconfiar
A orientação é clara: se após o tratamento os sintomas continuam ou pioram, não se deve ignorar os sinais. A persistência do desconforto pode indicar uma condição mais grave e exige acompanhamento médico contínuo.