Homem que nunca fumou: “Confundiram meu câncer com uma Gripe”

Reprodução: Foto/Metrópoles

Mário de Souza, de 66 anos, sempre foi conhecido por sua dedicação à saúde. Morador de Itu, São Paulo, ele era um entusiasta de esportes, destacando-se como campeão de tênis amador e praticante de natação e mergulho. No entanto, sua vida tomou um rumo inesperado em 2019, quando foi diagnosticado com câncer de pulmão avançado, apesar de nunca ter fumado.

O Início dos Sintomas

Os primeiros sinais do câncer começaram no meio de 2019. “Não sentia falta de ar nem outros sintomas comuns. Aos poucos, percebi uma sensação de caroço na garganta, coceira e pigarro persistente. Em seguida, veio a tosse constante”, relembra Mário. Ele procurou médicos, mas foi tranquilizado com diagnósticos de gripe. “Eles diziam que eu deveria descansar, mas os sintomas não sumiam”, conta.

Após insistir por mais exames, uma tomografia revelou uma mancha no pulmão, o que levou Mário a ser encaminhado para um pneumologista.

O Impacto do Diagnóstico

O diagnóstico foi devastador: câncer nos dois pulmões, com metástase nos linfonodos. “É assim que o câncer de pulmão age, silenciosamente. Eu sempre cuidei da minha saúde, praticava esportes e não tinha histórico familiar de câncer. Como isso poderia acontecer comigo?”, questiona Mário.

A biópsia confirmou que ele sofria de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC), tipo que, apesar de estar comumente associado ao tabagismo, também pode ocorrer por mutações genéticas, como foi o caso dele, relacionado à alteração no gene RET.

As Primeiras Linhas de Tratamento

Em janeiro de 2021, Mário iniciou a quimioterapia, mas continuou com sua rotina de atividades. “Dirigia até São Paulo para o tratamento e depois ia jogar tênis. Não sentia efeitos fortes”, conta. No entanto, em julho de 2021, os exames mostraram que a quimioterapia não estava mais surtindo efeito, e ele precisou iniciar um tratamento mais intensivo, que causou grandes desgastes ao corpo.

“Os efeitos da quimioterapia e da doença começaram a me afetar muito. Eu já não praticava mais esportes e me sentia constantemente cansado. Fui internado várias vezes com acúmulos de líquido no pulmão e infecções nos rins e no pâncreas”, diz Mário. Em janeiro de 2022, o tratamento também deixou de ser eficaz.

A Última Alternativa: Uma Nova Esperança

Em novembro de 2022, Mário recebeu a notícia de que as opções de tratamento haviam se esgotado. “Fui informado que eu não viveria mais do que seis meses”, relembra. No entanto, seu médico sugeriu que ele participasse de um estudo clínico para testar um novo medicamento, o selpercatinibe, que mostrava bons resultados em pacientes com a mutação genética no gene RET, como era o caso de Mário.

Após obter autorização da Anvisa, Mário iniciou o tratamento. “Foi surpreendente. Em um mês, minha vida mudou completamente. O tumor começou a estabilizar e eu me senti renovado”, afirma ele. O que parecia ser uma sentença de morte foi substituído por uma nova esperança.

Uma Nova Perspectiva de Vida

Embora o tratamento não tenha oferecido cura total, Mário conseguiu recuperar sua qualidade de vida. “Ainda tenho limitações, mas agora posso aproveitar o tempo que me foi dado. Comecei a viajar e realizei o sonho de conhecer Israel”, conta ele com entusiasmo.

O Câncer de Pulmão: Causas e Tratamentos

O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte no mundo, e, embora seja mais associado ao tabagismo, Mário é um exemplo de que a doença pode afetar também pessoas que nunca fumaram. O oncologista Guilherme, explica que fatores como poluição do ar, histórico familiar e exposição a agentes cancerígenos como o radônio também contribuem para o desenvolvimento do câncer de pulmão.

No caso de Mário, a mutação genética no gene RET permitiu que tratamentos direcionados, como o selpercatinibe, fossem eficazes. “Com os avanços da medicina, pacientes com câncer de pulmão avançado agora têm mais chances de sobreviver. Antes, a sobrevida média era de menos de um ano. Hoje, com terapias alvo e imunoterapia, a expectativa de vida pode superar cinco anos”, conclui Guilherme.

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