Mariana Michelini, influenciadora digital, viveu um verdadeiro pesadelo nos últimos quatro anos devido a um procedimento de harmonização facial realizado por uma dentista em uma clínica de estética na cidade de Matão, interior de São Paulo. O caso, que chocou a opinião pública, aconteceu após a aplicação de uma substância proibida pela Anvisa, o polimetilmetacrilato (PMMA), conhecido por causar graves danos ao corpo humano.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibida no último domingo (09/02), Mariana contou que inicialmente procurou o procedimento para harmonizar a parte bucal. No entanto, a dentista sugeriu que ela realizasse um preenchimento labial, além de aplicações no queixo e nas maçãs do rosto. A influenciadora acreditava que o procedimento seria feito com ácido hialurônico, substância amplamente utilizada em preenchimentos faciais, que visa dar volume a áreas específicas do rosto e suavizar rugas.
Entretanto, seis meses após o tratamento, Mariana começou a sentir fortes dores e um grande inchaço na região da boca e do queixo. Ao procurar ajuda médica, foi descoberta a aplicação do PMMA, uma substância plástica não absorvível pelo corpo. “Eu entrei em desespero, eu achei que fosse morrer”, revelou Mariana, descrevendo o medo e a angústia que sentiu ao perceber a gravidade da situação.
De acordo com o presidente José Hiran Gallo do Conselho Federal de Medicina (CFM), o PMMA não é absorvido pelo corpo e pode causar “sequelas irreversíveis”, além de afetar outros órgãos, como os rins. A Anvisa só permite o uso do PMMA por médicos e dentistas em casos específicos como: para preenchimento facial ou corporal e em correções de deformidades faciais em pacientes que tenham sido tratados após infecção pelo HIV.
Após um ano de dores e tentativas frustradas de reverter o quadro, Mariana acabou perdendo o lábio superior e o buço. “Meu mundo desabou. Foi um pesadelo que eu entrei”, afirmou a influenciadora. Ela passou a ser acompanhada pelo cirurgião Guilherme Raulino Brasil, especializado em reconstrução facial, que a ajudou a lidar com os danos causados pelo procedimento.
Agora, após anos de sofrimento, Mariana declarou que espera que a justiça seja feita em relação à dentista responsável pela aplicação da substância. “Acho que a justiça tem que ser feita”, concluiu.