Jovem com a “pior dor do mundo” será sedada em UTI após 12 anos de sofrimento: “Última chance”

Reprodução: Foto/Instagram

Após 12 anos de dor ininterrupta, seis cirurgias e inúmeros tratamentos sem sucesso, a estudante de veterinária Carolina Arruda, de 28 anos, encara uma nova tentativa para amenizar seu quadro de neuralgia do trigêmeo, doença conhecida como uma das mais dolorosas do mundo. Ela será submetida a um protocolo intensivo de sedação profunda com infusão de medicamentos, uma medida considerada sua “última esperança” de alívio.

Em depoimento emocionado nas redes sociais, Carolina relatou como as crises têm se tornado mais frequentes e incapacitantes:

“Não consigo fazer nem os planos mais bobos, como uma viagem em família. Nas crises, chego a ficar até três dias inteiros sem dormir de tanta dor”.

O que é a neuralgia do trigêmeo?

A neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica causada por irritação ou compressão do nervo trigêmeo — responsável pela sensibilidade do rosto. A dor, descrita como choques elétricos ou facadas intensas e contínuas, é tão debilitante que já levou a jovem a cogitar o suicídio assistido na Suíça, conforme revelou em 2024.

Menos de 0,3% da população mundial sofre com a condição, e a manifestação bilateral — que atinge os dois lados do rosto, como no caso de Carolina — é ainda mais rara.

“Sinto dor 24 horas por dia. Vario do nível 6 ao 10 nas crises mais fortes, mas nunca fico sem dor”, contou. “Nem dormindo, nem com remédio, nem depois de abrir o crânio”.

Tratamento com sedação em UTI

A nova tentativa de tratamento será conduzida na Santa Casa de Alfenas (MG), com liderança do anestesiologista Carlos Marcelo de Barros, especialista em dor crônica. Apesar de nas redes Carolina ter se referido ao procedimento como um “coma induzido”, o médico esclarece que se trata de uma sedação profunda e controlada, com uso de medicamentos de difícil tolerância.

“Será uma sedação para infusão medicamentosa com acompanhamento intensivo. Não é tecnicamente um coma induzido, mas requer monitoramento rigoroso, já que os remédios têm efeitos colaterais importantes”, detalhou o médico.

O objetivo do procedimento é “reiniciar” a resposta do cérebro aos medicamentos analgésicos, permitindo que Carolina volte a responder positivamente às medicações que, até então, não surtiram efeito.

Dor física, emocional e espiritual

A jornada de Carolina tem sido marcada por frustrações médicas, sofrimento diário e exaustão emocional. “Qualquer chance de paz já parece um alívio. Mesmo que seja assim: apagando tudo por um tempo. Só eu sei o que a dor física, psicológica e espiritual causou em mim ao longo dos últimos 12 anos”, escreveu em uma das publicações mais recentes.

Apesar da exaustão, ela mantém a esperança de que essa nova abordagem possa proporcionar algum alívio, ainda que temporário.

“A neuralgia do trigêmeo é uma das dores mais excruciantes que existem. A sensação é como ter um ferro quente queimando o rosto em tempo integral”, descreve o Dr. Barros. “O fato de ela continuar tentando, mesmo após tantos anos, é algo que merece respeito e admiração.”

Fonte: Metrópoles

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