O Estado de Mato Grosso do Sul recebeu um investimento de R$ 6 milhões para apoiar o Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS), lançado em fevereiro deste ano pelo Ministério da Saúde. Este valor é dividido igualmente entre o Ministério da Saúde e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), com cada uma das partes contribuindo com R$ 3 milhões.
O PPSUS tem como objetivo fortalecer a pesquisa em saúde em todo o Brasil, buscando que o conhecimento científico gerado se reflita diretamente na melhoria da qualidade de vida da população. O programa é uma importante ferramenta para reduzir desigualdades regionais no financiamento de pesquisas científicas e tecnológicas voltadas à saúde.
Márcio de Araújo Pereira, diretor da Fundect, destacou que essa edição do PPSUS no estado marca um feito histórico. Segundo ele, as linhas de pesquisa foram desenhadas com a colaboração da sociedade, e o investimento foi calculado de forma a garantir que cada real aportado pelo Ministério da Saúde fosse igualado pela Fundect. “Quando um estado investe em ciência, está pensando no próprio futuro. É um investimento no desenvolvimento”, afirmou Pereira.
A chamada pública para o PPSUS no Mato Grosso do Sul estabeleceu 29 linhas de pesquisa, organizadas em cinco eixos temáticos que refletem os principais desafios da saúde na região:
- Saúde nas Fronteiras;
- Saúde na Rota Bioceânica e na Rota da Celulose;
- Saúde Indígena;
- Inovação e o Complexo Industrial da Saúde para o SUS;
- Saúde no Sistema Prisional.
Um dos pontos inovadores dessa edição foi o foco em pesquisas sobre os impactos sanitários, socioambientais e culturais da Rota Bioceânica e da Rota da Celulose, corredores de grande movimentação populacional e integração econômica entre países. A mobilidade e o crescimento econômico trazem desafios para o Sistema Único de Saúde (SUS), exigindo políticas públicas baseadas em evidências científicas. O programa também tem como objetivo desenvolver metodologias inovadoras para monitoramento de fluxos migratórios e riscos ambientais, questões que se tornaram prioritárias para a saúde pública.
O PPSUS é uma iniciativa estratégica para descentralizar o fomento à pesquisa em saúde e promover o desenvolvimento científico e tecnológico, adaptando-se às necessidades locais de cada região. O programa é coordenado nacionalmente pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) responsável pela gestão administrativa. A execução no estado de Mato Grosso do Sul conta com a parceria das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP) e as Secretarias Estaduais de Saúde (SES).