Um estudo conduzido por uma Universidade na Escócia, revelou que o receio de sofrer episódios de hipoglicemia – queda acentuada dos níveis de açúcar no sangue – tem levado muitos portadores de diabetes tipo 1 a evitarem a prática regular de exercícios físicos. A pesquisa aponta, entretanto, que esse medo pode ser amenizado quando há orientação médica adequada sobre o controle da condição durante a atividade física.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina, tornando o organismo dependente de aplicações diárias do hormônio e exigindo monitoramento constante da glicemia. Ainda assim, especialistas ressaltam que a prática regular de exercícios traz diversos benefícios a esses pacientes, como a melhora no controle glicêmico, na composição corporal e na capacidade cardiovascular, além da redução do risco de doenças cardiovasculares, às quais os diabéticos estão mais vulneráveis.
Na investigação, foram entrevistados 463 indivíduos com diabetes tipo 1, entre homens e mulheres, que responderam a perguntas sobre 13 fatores que poderiam dificultar a prática de atividades físicas nos seis meses seguintes. Entre os obstáculos mencionados estavam o medo da hipoglicemia, a insegurança quanto ao controle da doença durante o exercício, o cansaço, a possibilidade de lesões, a baixa aptidão física e a falta de apoio familiar ou social. A maior preocupação relatada foi, de fato, o risco de queda dos níveis de açúcar no sangue durante ou após os treinos.
Apesar disso, o estudo demonstrou que o temor tende a diminuir quando os pacientes são instruídos a ajustar corretamente as doses de insulina e a ingestão de carboidratos antes e depois da atividade física — medidas que ajudam a evitar a hipoglicemia induzida pelo exercício. Além disso, os participantes relataram sentir-se mais seguros e motivados para se exercitarem quando recebiam acompanhamento e orientação de profissionais de saúde especializados em diabetes.