Em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Ministério da Saúde apresentou, na última sexta-feira (14/03), em Brasília, os primeiros resultados da pesquisa de avaliação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O estudo foca nos 169 projetos realizados durante o 5º triênio (2021-2023) e visa identificar os principais desafios e as oportunidades para o aprimoramento do programa.
Objetivos da pesquisa
O estudo teve como principal objetivo avaliar as práticas adotadas no Proadi-SUS, destacando as melhores estratégias, os obstáculos enfrentados e as oportunidades de aperfeiçoamento. Adriano Massuda, secretário-executivo do Ministério da Saúde, enfatizou durante a abertura do evento: “Nosso objetivo é tornar o Proadi-SUS ainda mais eficiente, alinhando seus projetos às prioridades do SUS e às necessidades da população.”
O evento contou com a participação de importantes autoridades, como a coordenadora do projeto e professora da UFMG, Telma Maria Gonçalves Menicucci, o coordenador do núcleo de acompanhamento de projetos estratégicos do Conasems, Nilo Bretas, e o diretor de Cuidado Público do Hospital Israelita Albert Einstein, Guilherme de Paula Pinto Schettino.
Principais resultados da pesquisa
A pesquisa analisou os processos e impactos dos projetos desenvolvidos, com foco no desenvolvimento institucional do SUS. Segundo os dados, 70% dos projetos estão concentrados nas áreas de gestão e pesquisa. A maioria das ações teve abrangência nacional, com maior concentração nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O tempo médio de execução dos projetos foi de 25,2 meses, com um valor médio de R$ 13,2 milhões investidos.
As áreas temáticas mais recorrentes nos projetos foram doenças crônicas, gestão em saúde e capacitação profissional. Os objetivos mais atendidos do Plano Nacional de Saúde foram a qualificação da força de trabalho, a melhoria na gestão e a ampliação do acesso à saúde. A pesquisa também destacou os níveis de atenção mais frequentes, como a atenção primária e especializada.
No total, os projetos do Proadi-SUS geraram 890 entregas organizadas em nove categorias: infraestrutura, assessoria, atendimentos de saúde, monitoramento, coleta e análise de dados, desenvolvimento de produtos, divulgação, gestão de projetos e capacitação.
Entre os principais impactos, destacam-se a melhora na qualidade do atendimento, o fortalecimento das linhas de cuidado do SUS, a qualificação de gestores e profissionais, o incentivo à pesquisa e inovação, além da redução de custos ao sistema, com a diminuição das internações e atendimentos de emergência.
Recomendações para o aprimoramento do programa
O relatório de avaliação aponta uma série de recomendações para o aprimoramento contínuo do Proadi-SUS, a fim de aumentar seu impacto no SUS. As sugestões incluem:
- Adoção de novas tecnologias;
- Fortalecimento da articulação com outras políticas do SUS;
- Expansão do alcance dos projetos;
- Garantia da sustentabilidade das ações;
- Monitoramento e avaliação contínuos;
- Melhoria na transparência e prestação de contas;
- Estímulo à inovação e criatividade;
- Avaliação de resultados e impacto mensuráveis;
- Foco no usuário do SUS;
- Avaliação de impacto a longo prazo;
- Incorporação do conhecimento e das tecnologias ao SUS.
Próximas etapas da pesquisa
A avaliação do Proadi-SUS continuará com mais duas etapas, que envolverão trabalho de campo com os responsáveis pela execução dos projetos (hospitais de excelência e secretarias do Ministério da Saúde), além dos beneficiados (serviços de saúde do SUS). Será também proposta uma estrutura de monitoramento e avaliação do programa. O relatório da primeira etapa será disponibilizado em breve no site do Ministério da Saúde.
Sobre o Proadi-SUS
Criado em 2009, o Proadi-SUS tem como objetivo fortalecer o Sistema Único de Saúde por meio de parcerias com hospitais de excelência. O programa financia projetos nas áreas de capacitação, pesquisa, inovação e gestão em saúde, utilizando recursos provenientes da imunidade tributária concedida a seis hospitais filantrópicos: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP-Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor-Hospital do Coração, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio Libanês.