O Ministério da Saúde deu mais um passo na reestruturação dos hospitais federais do Rio de Janeiro. Na última sexta-feira (28/03), foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a integração do Hospital Federal da Lagoa com o Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz. O documento foi formalizado pelo ministro Alexandre Padilha e pelo presidente da Fiocruz, Mario Moreira, com o objetivo de aprimorar a qualidade do atendimento e reduzir o tempo de espera no SUS.
Nos próximos 60 dias, equipes das duas instituições irão conduzir um diagnóstico da unidade para definir estratégias de integração. A iniciativa tem como foco principal o fortalecimento da atenção à saúde de mulheres, crianças e adolescentes. “Estamos unindo duas grandes referências do nosso país para qualificar e expandir o atendimento. O Hospital da Lagoa sairá mais fortalecido, o SUS sairá mais fortalecido e o Instituto Fernandes Figueira também”, destacou Padilha.
Hospital referência em oncologia pediátrica
O Hospital Federal da Lagoa é reconhecido no Rio de Janeiro pelo atendimento oncológico, especialmente na área pediátrica, além de atuar em especialidades como mastologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular e cirurgia de mão. Com a integração, o Ministério da Saúde pretende reabrir leitos, contratar novos profissionais e ampliar os serviços oferecidos à população. A primeira reunião do grupo de trabalho responsável pela implementação das mudanças está prevista para a primeira semana de abril.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou a relevância da parceria e o compromisso da instituição com a melhoria da assistência à saúde. “Esse debate vem sendo construído há anos e, finalmente, estamos dando um passo concreto para avançar”, afirmou.
Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais no Rio de Janeiro
A integração do Hospital Federal da Lagoa faz parte de um movimento mais amplo de reestruturação das unidades federais de saúde no Rio de Janeiro. Atualmente, quatro hospitais já passam por mudanças: o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o Hospital Federal do Andaraí (HFA) e o Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF) iniciaram a descentralização da gestão, enquanto o Hospital dos Servidores do Estado (HFSE) está em processo de transição para a EBSERH, com estudos em fase final.
R$ 24 milhões para fortalecer 75 maternidades no Brasil
Além da reestruturação hospitalar, o Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 24 milhões para qualificar a assistência em 75 maternidades de todo o país. A medida busca reduzir a mortalidade materna e neonatal, aprimorando processos de gestão e assistência nas unidades com maior índice de óbitos.
Dessas maternidades, 25 já iniciaram as mudanças sob gestão da EBSERH, enquanto as demais 50 unidades estaduais e municipais darão início às adaptações agora. O plano será desenvolvido ao longo de dois anos por profissionais do Ministério da Saúde e do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, garantindo melhorias no fluxo de leitos, na regulação, na assistência ao parto e no atendimento em UTIs.
“A Fiocruz é uma aliada essencial para aprimorar o funcionamento dessas maternidades e garantir um atendimento mais seguro e qualificado às mães e bebês do Brasil”, enfatizou o ministro Alexandre Padilha. A iniciativa também contará com a participação de equipes técnicas, gestores do SUS e representantes de movimentos sociais.