As doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de morte no Brasil, sendo responsáveis por cerca de 400 mil óbitos por ano, principalmente devido ao infarto e ao AVC (acidente vascular cerebral). Apesar do impacto alarmante, a maioria dessas doenças se desenvolve de forma silenciosa e progressiva — o que dificulta o diagnóstico precoce.
Nem sempre o coração dá sinais óbvios de que está em sofrimento. E é aí que mora o perigo: sintomas importantes são frequentemente ignorados ou atribuídos a outras causas, o que abre espaço para complicações sérias.
Atenção aos sinais silenciosos
A clássica dor no peito continua sendo um sinal importante de alerta. No entanto, o corpo pode emitir outros sintomas que também indicam que o sistema cardiovascular não está funcionando como deveria. Veja oito sinais que merecem atenção:
- Dores em outras partes do corpo: braços, pescoço, mandíbula, costas ou estômago;
- Falta de ar inexplicável, mesmo em repouso;
- Náusea e vômito, sem causa digestiva aparente;
- Tontura ou sensação de desmaio iminente;
- Suor frio, especialmente à noite;
- Fadiga extrema, mesmo após pequenos esforços;
- Inchaço nas pernas e tornozelos;
- Dificuldade para dormir ou sono não reparador.
Esses sinais podem indicar desde arritmias até insuficiência cardíaca e, em casos mais graves, a presença de doenças como a aterosclerose e a hipertensão descontrolada. Se um ou mais desses sintomas aparecerem de forma aguda, é essencial buscar ajuda médica imediata ou acionar o SAMU pelo número 192.
Quando os sintomas aparecem fora do peito
Apesar da angina — sensação de pressão ou dor no peito — ser o sintoma mais associado ao coração, ela pode se manifestar de formas diferentes. Em muitos casos de infarto, por exemplo, a dor pode aparecer apenas nas costas, no abdômen superior, ou até na mandíbula. Por isso, qualquer desconforto persistente e sem explicação clara deve ser investigado.
Além disso, problemas de circulação e oxigenação podem gerar cansaço constante, tontura e até alterações no sono. Suores noturnos e dificuldade respiratória durante a noite também podem estar relacionados a distúrbios cardíacos, como apneia do sono.
O inchaço nos membros inferiores pode ser consequência de acúmulo de líquidos, comum em casos de insuficiência cardíaca ou problemas vasculares. Cãibras frequentes também podem estar ligadas à má circulação, especialmente na presença de doença arterial periférica.
Diagnóstico rápido é chave para a recuperação
Ao menor sinal de anormalidade, o ideal é procurar um cardiologista. Exames simples, como o eletrocardiograma (ECG), já ajudam a detectar irregularidades na atividade elétrica do coração. Em casos mais sutis, o Holter 24 horas pode identificar oscilações no ritmo cardíaco ao longo do dia, fornecendo dados importantes para um diagnóstico mais preciso.
“Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de reversão do quadro sem sequelas”, alerta um especialista.
Doenças mais comuns do coração
Entre as principais condições que afetam o sistema cardiovascular estão:
- Infarto e AVC — causados por obstruções no fluxo sanguíneo;
- Aterosclerose — acúmulo de placas de gordura nas artérias, que pode levar a complicações como angina e insuficiência cardíaca;
- Doença arterial periférica — afeta artérias das pernas e pode causar dor, cãibras e perda de força;
- Doença aórtica — alterações na parede da aorta, como aneurismas e dissecções;
- Arritmias — irregularidades no ritmo do coração, incluindo a fibrilação atrial;
- Hipertensão arterial — pressão alta constante, conhecida como o “assassino silencioso”.
A hipertensão como vilã invisível
A pressão alta é um dos fatores de risco mais perigosos, porque pode passar anos sem apresentar sintomas. Segundo o Ministério da Saúde, 388 brasileiros morrem todos os dias devido a complicações causadas pela hipertensão. Estima-se que 1 em cada 4 brasileiros tenha a condição.
“A hipertensão força o coração a trabalhar mais do que o normal, o que compromete sua estrutura e função ao longo do tempo”, afirma uma especialista. Tabagismo, sobrepeso, sedentarismo e estresse são alguns dos fatores que contribuem para o agravamento do problema.
Como prevenir as doenças do coração
Felizmente, a prevenção cardiovascular está ao alcance de todos. Pequenas mudanças de hábito podem fazer uma enorme diferença:
- Reduzir o consumo de sal;
- Manter uma alimentação equilibrada;
- Praticar atividade física regularmente;
- Evitar o cigarro e o excesso de álcool;
- Controlar o peso e monitorar a pressão arterial.
Uma resposta
Muito esclarecedor! Parabéns ao editor do site.