A Vigilância Sanitária de Natal (RN) emitiu, no último sábado (17/05), um alerta à população sobre o risco de intoxicação por ciguatera, após a confirmação de um surto ocorrido no início de maio. A intoxicação foi identificada em 13 pessoas, que apresentaram sintomas compatíveis com a contaminação por toxinas encontradas em peixes marinhos.
Entre os casos, três pacientes precisaram ser hospitalizados; dois deles foram encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas todos receberam alta.
O que é a ciguatera alimentar?
A ciguatera é uma intoxicação alimentar provocada pela ingestão de peixes contaminados com ciguatoxinas, substâncias tóxicas produzidas por microalgas marinhas. Essas toxinas não são processadas pelos peixes, o que faz com que sua concentração aumente nos maiores predadores da cadeia alimentar marinha, como garoupas, barracudas, moreias, arabaianas e badejos — espécies com histórico de associação à ciguatera.
Os sintomas da intoxicação geralmente começam entre três a cinco horas após o consumo do peixe contaminado. Entre os sinais mais comuns estão náuseas, vômitos, dores abdominais, bradicardia (diminuição da frequência cardíaca), distúrbios visuais, formigamento, coceira intensa, fadiga e a sensação de temperatura invertida — um dos principais indicadores da intoxicação, onde o paciente sente frio ao tocar objetos quentes.
Orientações à população e profissionais de saúde
A Secretaria de Saúde de Natal orientou os profissionais de saúde a notificarem imediatamente quaisquer casos suspeitos ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS). A ciguatera é diagnosticada principalmente com base na análise clínica e no histórico alimentar, uma vez que não existem testes laboratoriais amplamente disponíveis para detecção da intoxicação.