Pesquisa revela que 60% dos brasileiros não sabem como detectar gordura no fígado

Reprodução: Foto/Metrópoles

Um dado preocupante sobre a saúde dos brasileiros foi revelado nesta segunda-feira (19/05): 60% da população com 16 anos ou mais desconhece qual exame identifica a presença de gordura no fígado. O levantamento foi feito pela farmacêutica Novo Nordisk em parceria com o Instituto Datafolha.

A condição, conhecida como esteatose hepática, atinge cerca de 30% da população mundial e, se não for tratada, pode evoluir para quadros graves como cirrose e até câncer de fígado. Apesar do desconhecimento sobre o diagnóstico, a maioria dos entrevistados (62%) afirmou que ficaria muito ou extremamente preocupada caso recebesse essa notícia. No entanto, apenas 7% relataram já ter recebido esse diagnóstico.

“A discrepância entre o nível de preocupação e o desconhecimento sobre a detecção da doença mostra uma lacuna séria na educação em saúde. É fundamental que as pessoas saibam que qualquer nível de gordura no fígado já representa um alerta”, avaliou uma especialista da Novo Nordisk.

Sobrepeso, álcool e riscos invisíveis

A pesquisa também apontou que 66% dos brasileiros apresentam sobrepeso ou obesidade — um aumento de 11 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Mais da metade (55%) afirma consumir bebidas alcoólicas com frequência, número que chega a 57% entre os que estão acima do peso.

Segundo especialistas, o acúmulo de gordura no fígado está diretamente ligado a fatores metabólicos como obesidade abdominal e resistência à insulina. O consumo de álcool, principalmente em pessoas com sobrepeso e diabetes tipo 2, eleva ainda mais o risco de evolução da doença para quadros mais graves, como esteato-hepatite, fibrose e cirrose.

Diagnóstico precoce ainda é um desafio

Mesmo entre os que já receberam o diagnóstico, a percepção sobre a gravidade da doença ainda é limitada. Dos entrevistados que sabiam ter esteatose, 46% atribuíram a condição ao excesso de peso e 65% disseram que estavam em estágio leve.

A principal porta de entrada para o diagnóstico é o clínico geral, procurado por 44% dos participantes. A ultrassonografia é o exame mais comum para identificar a gordura no fígado, mas exames mais precisos como tomografia, ressonância magnética e o Fibroscan também podem ser utilizados.

“É essencial que pessoas com fatores de risco, como obesidade, diabetes ou histórico familiar de doenças hepáticas, façam o rastreio precoce”, alertou uma especialista.

Prevenção e mudança de hábitos são fundamentais

Embora ainda não exista no Brasil um medicamento específico aprovado para o tratamento da esteatose hepática, a boa notícia é que a condição pode ser revertida com mudanças no estilo de vida. A perda de 5% a 10% do peso corporal, associada a uma alimentação saudável, prática regular de exercícios e redução do consumo de álcool, já pode trazer grandes benefícios ao fígado.

Pesquisas recentes apontam a eficácia de medicamentos como a semaglutida na redução da esteato-hepatite e da fibrose hepática, o que representa uma esperança para o futuro do tratamento.

“O que preocupa é que a doença pode avançar silenciosamente por até 15 anos. Sem intervenção, ela pode levar à cirrose, câncer de fígado e até à necessidade de transplante. Além disso, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e outros tipos de câncer”, concluiu a médica.

O alerta está dado: cuidar do fígado é cuidar da saúde como um todo. Informação, rastreio e prevenção são os caminhos para evitar consequências graves.

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