Pesquisadores brasileiros criam método inovador que detecta Covid-19 pela saliva com ajuda da inteligência artificial

Reprodução: Marco Cavalcanti/UFU

Um grupo de cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolveu uma nova tecnologia capaz de identificar a presença do coronavírus a partir de uma simples amostra de saliva. O sistema, que alia sensores eletroquímicos a algoritmos de inteligência artificial, promete diagnósticos rápidos, precisos e de baixo custo.

A novidade recebeu o nome de Saga Pep e representa um avanço significativo no uso de dispositivos portáteis para a detecção de doenças infecciosas. Segundo os responsáveis pela pesquisa, o diferencial está na aplicação inédita de dois tipos de inteligência artificial para aumentar a eficiência do diagnóstico.

“Essa é a primeira vez que utilizamos um algoritmo de IA adaptado a equipamentos que detectam doenças com base em peptídeos salivares”, afirmou o pesquisador Robinson Sabino-Silva, que coordena o Grupo de Inovação em Diagnóstico Salivar e Nanobiotecnologia (Salivanano/UFU).

Diagnóstico rápido e acessível

O funcionamento da tecnologia se assemelha aos populares testes de glicemia: os biossensores analisam fluidos corporais – como sangue, urina ou saliva – e captam sinais específicos da presença do vírus. A inteligência artificial entra em cena para otimizar esse processo, tornando a identificação do vírus mais rápida e confiável.

Na prática, os sensores detectam peptídeos naturais presentes na saliva que têm afinidade com o vírus da Covid-19. Esses dados são processados por algoritmos capazes de interpretar com precisão os sinais eletroquímicos gerados, o que eleva a acurácia do teste.

De acordo com Sabino-Silva, essa abordagem tem grande potencial para ampliar o acesso a exames diagnósticos, especialmente em unidades de atenção básica à saúde. Por serem dispositivos portáteis, os biossensores desenvolvidos pela UFU podem ser utilizados fora dos grandes centros, o que facilita o diagnóstico precoce e o controle de surtos.

Pesquisa com raízes na ciência brasileira

O projeto dá continuidade ao legado do professor Luiz Ricardo Goulart, pioneiro no desenvolvimento de biossensores aplicados à detecção de doenças. A pesquisa conta com apoio de instituições como a Capes, o CNPq e a Fapemig, e integra importantes redes científicas, como os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) em Saúde Oral, Teranóstica e Nanobiotecnologia (TeraNano), além da Rede Mineira de Diagnóstico de Doenças Infecciosas (ReMinD).

Sintomas e novos desafios

Desde o início da pandemia, os sintomas da Covid-19 vêm mudando. Hoje, os sinais mais comuns se confundem com os de uma gripe comum: coriza, dor de garganta, tosse e cefaléia são os mais relatados. Em casos leves, a febre tem se tornado cada vez mais rara.

Pacientes contaminados por variantes da linhagem JN.1 também têm relatado sintomas como insônia e ansiedade, o que reforça a importância de métodos de diagnóstico mais precisos para distinguir a Covid de outras doenças respiratórias.

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