Por que a dipirona é proibida nos EUA e em parte da Europa?

Reprodução: Foto/freepik

A dipirona, conhecida comercialmente como Novalgina, é um dos analgésicos e antitérmicos mais usados no Brasil. Só em 2022, mais de 215 milhões de doses foram vendidas no país, segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No entanto, o mesmo remédio é proibido em países como os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Austrália, o que levanta dúvidas entre os usuários brasileiros sobre os motivos dessa decisão.

A principal razão para o veto é a possibilidade de ocorrência de um efeito adverso grave, ainda que raro: a agranulocitose — condição que reduz drasticamente a quantidade de glóbulos brancos no sangue, comprometendo o sistema imunológico e aumentando o risco de infecções graves.

Reação rara, mas grave

Embora a agranulocitose seja incomum (com estimativas variando de 1 caso em 1.000 até 1 em 1 milhão, dependendo do estudo), sua gravidade fez com que agências reguladoras de países desenvolvidos decidissem banir a substância ou restringir seu uso severamente.

Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) baniu a dipirona em 1977, após registros de reações severas. Já em países da Europa, como o Reino Unido, a comercialização também é proibida. Outros, como Alemanha e Espanha, mantêm a venda com prescrição médica e controle rigoroso.

Alternativas mais seguras

Para as autoridades desses países, o argumento é claro: mesmo que o risco seja pequeno, não se justifica manter um medicamento com possibilidade de efeito colateral tão grave, especialmente quando há outras opções seguras e eficazes à disposição, como paracetamol e ibuprofeno.

No Brasil, uso é amplo e autorizado

Ao contrário de países que adotaram uma política mais restritiva, o Brasil mantém a dipirona liberada sem receita médica. A Anvisa defende seu uso e considera o medicamento seguro quando administrado corretamente. Casos graves associados ao uso da substância são considerados extremamente raros diante do volume de consumo.

Além da Novalgina, outros remédios populares no Brasil contêm dipirona, como Dorflex e Neosaldina.

Ainda assim, especialistas recomendam cautela, especialmente em tratamentos prolongados ou sem acompanhamento médico. Sintomas como febre persistente, infecções recorrentes ou dor de garganta durante o uso da dipirona podem indicar um quadro de agranulocitose e exigem avaliação médica imediata.

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