Projeto leva atendimento especializado a indígenas Parakanã no Pará

Reprodução: Foto/MS

Um projeto inédito está levando atendimento médico de qualidade a territórios indígenas em áreas de difícil acesso. A iniciativa, fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), e a Associação Médicos da Floresta (AMDAF), começou a ser implementada em março, com sua primeira ação realizada junto ao povo Parakanã, de recente contato, no município de Novo Repartimento (PA).

Durante quatro dias, uma força-tarefa composta por profissionais voluntários e equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins realizou cerca de 500 atendimentos, beneficiando aproximadamente um terço da população Parakanã com serviços médicos e ações de promoção à saúde.

Com o objetivo de levar assistência diretamente aos territórios, a AMDAF disponibilizou duas unidades móveis – um ônibus e um caminhão adaptados como consultórios itinerantes – totalmente equipados para oferecer atendimento multidisciplinar. Entre as especialidades oferecidas estavam pediatria, clínica geral, odontologia, ginecologia, oftalmologia, além de exames laboratoriais e de imagem, pequenas cirurgias, vigilância nutricional e a entrega de óculos de grau. Também foram feitas triagens para casos cirúrgicos de catarata e pterígio.

O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, esteve presente no início das atividades, acompanhando os atendimentos e conversando com lideranças e profissionais envolvidos. Para ele, a ação marca um passo importante na ampliação do acesso à saúde para populações indígenas em situação de maior vulnerabilidade.

“Estamos desenvolvendo um modelo inovador, que permite levar atendimento de qualidade diretamente aos parentes em seus territórios. O povo Parakanã, que passou a ter contato regular com não indígenas a partir da década de 1970, já é atendido pelo DSEI Guamá-Tocantins, mas carecia de um reforço mais robusto como esse. Essa ação ajuda a reduzir a demanda reprimida por atendimentos eletivos e agiliza a realização de exames que estavam em espera”, destacou Tapeba.

Formação e educação em saúde

Além dos atendimentos clínicos, a iniciativa também teve caráter educativo e formativo. Durante os quatro dias, foram promovidas rodas de conversa com a comunidade sobre temas ligados à saúde e ao bem-estar, além de oficinas e capacitações voltadas aos profissionais do DSEI. A proposta é fortalecer a rede de atenção local e garantir a continuidade do cuidado após a saída da equipe itinerante.

A ação com o povo Parakanã é apenas a primeira de uma série de atendimentos previstos para 2025. O projeto tem caráter itinerante e deverá percorrer outros territórios indígenas ao longo do ano, com o compromisso de levar assistência integral e respeitosa às populações originárias de todo o país.

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