A decisão de colocar próteses de silicone é significativa, mas igualmente importante é a conscientização de que, em algum momento, pode ser necessário considerar a sua remoção (explante) ou substituição. Seja por questões médicas, estéticas ou simplesmente pelo ciclo natural de vida do implante, entender as indicações para cada procedimento é fundamental para uma escolha informada e segura.
Diversos fatores podem levar uma paciente e seu cirurgião plástico a optarem pelo explante ou pela troca das próteses. Entre as razões mais comuns estão as complicações relacionadas ao implante, como a contratura capsular. Esta ocorre quando a cápsula fibrosa que o corpo forma naturalmente ao redor da prótese se torna excessivamente rígida e espessa, podendo causar dor, endurecimento e distorção da mama. A ruptura do implante, seja ele de silicone ou salino, também é uma indicação clara para intervenção, visando remover o material e prevenir complicações adicionais.
O envelhecimento natural do implante é outro ponto a ser considerado. Embora as próteses modernas sejam projetadas para serem duráveis, elas não são consideradas dispositivos vitalícios. Com o tempo, o material pode sofrer desgaste, e as recomendações médicas frequentemente incluem um acompanhamento para avaliar a integridade da prótese após alguns anos de uso.
Mudanças no corpo da paciente ou insatisfação estética também são motivos válidos. Alterações de peso, gestações, o próprio processo de envelhecimento ou simplesmente uma mudança no desejo estético da mulher podem levar à consideração de um novo procedimento. Nesses casos, a decisão pode ser tanto pela troca por um implante de tamanho ou formato diferente, quanto pela remoção completa.
Nos últimos anos, tem ganhado destaque a discussão sobre a chamada “Breast Implant Illness” (BII), ou Doença do Implante Mamário. Trata-se de um conjunto de sintomas sistêmicos que algumas mulheres relatam e atribuem às suas próteses, como fadiga crônica, dores articulares, névoa mental, entre outros. Embora a BII ainda seja objeto de estudos para um consenso científico mais amplo sobre sua causalidade direta, para muitas pacientes que vivenciam esses sintomas, o explante tem sido considerado como uma opção na busca por alívio e melhora da qualidade de vida.
Quando o Explante é Indicado?
A remoção completa dos implantes, sem a colocação de novas próteses, é geralmente indicada quando a paciente não deseja mais ter implantes mamários, seja por uma decisão pessoal, pelo desejo de um visual mais natural, ou em situações onde há complicações significativas e a prioridade é a saúde, como em casos de contraturas capsulares severas, infecções, ou quando há suspeita de BII e a paciente opta pela remoção como tentativa de resolução dos sintomas. Em alguns casos de ruptura, especialmente as intracapsulares (dentro da cápsula), a cirurgia pode envolver a remoção do implante e da cápsula ao redor (capsulectomia) para um resultado mais limpo.
Quando a Troca é a Melhor Opção?
A substituição dos implantes é frequentemente escolhida quando a paciente deseja manter o volume ou a forma proporcionada pelas próteses, mas precisa lidar com um problema específico, como a ruptura do implante atual, contratura capsular, ou o desejo de alterar o tamanho, formato ou tipo de prótese. Também é uma opção quando os implantes atingiram um tempo considerável de uso e, por precaução ou recomendação médica, opta-se pela troca para prevenir futuras complicações.
A decisão entre explantar ou trocar é altamente individualizada e deve ser tomada em conjunto com um cirurgião plástico qualificado e experiente. Uma avaliação médica detalhada, exames de imagem como ultrassonografia ou ressonância magnética, e uma conversa franca sobre as expectativas, riscos e benefícios de cada procedimento são cruciais.
