São Paulo enfrenta avanço da febre de oropouche com 44 casos confirmados

Reprodução: Foto/ Sociedade Brasileira de medicina tropical

O estado de São Paulo registra um aumento preocupante nos casos de febre de oropouche, com 44 confirmações neste ano, conforme dados divulgados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). Os registros se concentram nas regiões do Vale do Ribeira (Cajati, Juquiá, Miracatu, Eldorado, Pedro de Toledo, Itariri e Sete Barras) e do Litoral Norte (Ubatuba). As autoridades de saúde investigam um óbito que pode estar relacionado à doença.

O cenário atual contrasta com o ano anterior, quando São Paulo contabilizou apenas oito casos, todos no Vale do Ribeira (Cajati, Juquiá, Pedro de Toledo e Sete Barras), sem registro de fatalidades. A expansão geográfica e o volume de ocorrências ligam um alerta para a vigilância epidemiológica.

A Febre de Oropouche: Uma Doença em Expansão

A febre de oropouche é uma arbovirose causada por um vírus do gênero Orthobunyavirus, isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Historicamente, a doença é mais comum na região amazônica, considerada endêmica, mas tem demonstrado capacidade de disseminação para outras áreas do país.

O Ministério da Saúde reporta um cenário nacional de atenção, com 13.782 casos confirmados de febre de oropouche em 2024 e mais de 2.790 registros já em 2025 em todo o Brasil.

Os sintomas da doença são semelhantes aos da dengue, dificultando o diagnóstico inicial e exigindo atenção redobrada das equipes de saúde. Pacientes podem apresentar:

  • Dor de cabeça intensa
  • Dor muscular
  • Náusea
  • Diarreia
  • Tontura
  • Dor atrás dos olhos
  • Calafrios

Transmissão e Ciclos da Doença

A principal via de transmissão da febre de oropouche é o mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Após picar um hospedeiro infectado (seja humano ou animal), o vírus permanece no inseto por alguns dias antes de ser transmitido a uma pessoa saudável em uma nova picada.

A doença possui dois ciclos de transmissão:

  • Ciclo Silvestre: Neste ciclo, animais como bichos-preguiça e primatas não humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Além do Culicoides paraensis, outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus, também podem ser vetores.
  • Ciclo Urbano: Em ambientes urbanos, os humanos são os principais hospedeiros. Aqui, o Culicoides paraensis continua sendo o vetor primordial, mas o mosquito Culex quinquefasciatus, o conhecido pernilongo comum em cidades, também pode transmitir o vírus, ampliando o risco de surtos em áreas densamente povoadas.

Dengue em Alerta na Capital Paulista

Paralelamente à febre de oropouche, a cidade de São Paulo continua em alerta para a dengue. A capital registra alarmantes 46.774 casos confirmados de dengue em 2025, com 14 óbitos.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), mantém um monitoramento constante da situação epidemiológica e intensifica as ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti. A prefeitura informou que, em 2025, já foram realizadas mais de 5,6 milhões de ações, que incluem:

  • Visitas domiciliares
  • Bloqueio de criadouros
  • Nebulizações
  • Aplicação de larvicidas em pontos estratégicos e com drones em locais de difícil acesso
  • Campanhas educativas para conscientização da população

Nos fins de semana de maio, incluindo o feriado no início do mês, as ações de combate à dengue foram intensificadas, resultando em mais de 93 mil imóveis visitados para bloqueio de criadouros e mais de 6.200 quarteirões nebulizados. As atividades abrangem todas as regiões da capital, com foco nas áreas administrativas com maior incidência da doença, reforçando a importância da participação popular na eliminação de focos do mosquito.

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