Suor excessivo: manicure conta como a hiperidrose afeta sua rotina profissional e pessoal

Reprodução: Foto/Metrópoles

O suor excessivo, ou hiperidrose, é uma condição que afeta milhões de brasileiros e pode causar desconfortos tanto físicos quanto emocionais. Beatriz, manicure de Curitiba (PR), conta como o excesso de suor nas mãos a acompanha desde a infância, quando sentia vergonha de como as folhas de seu caderno ficavam molhadas na escola. “Minha primeira lembrança é da escola, minhas folhas ficavam feias no caderno de tanto que eu suava”, diz.

Hoje adulta e trabalhando como manicure, Beatriz vive com o desafio de lidar com o suor constante nas mãos e pés. Ela utiliza luvas o tempo inteiro para evitar o desconforto, mas, mesmo com essa precaução, a cada troca de luvas suas mãos continuam suadas. “Às vezes, as clientes brincam que dá para ver a gota de suor escorrendo para o meu braço”, conta.

O que é a hiperidrose?

A hiperidrose é caracterizada pela sudorese excessiva e atinge principalmente as palmas das mãos e as plantas dos pés. Estima-se que entre 1% e 3% da população brasileira sofra com essa condição, que persiste até mesmo em climas mais frios, mas tende a se intensificar com o calor ou em situações de estresse. De acordo com especialistas, a causa está relacionada a glândulas sudoríparas écrinas hiperativas, localizadas principalmente nas mãos e pés. Fatores genéticos, alterações hormonais e até a ansiedade podem ser gatilhos para esse distúrbio. “Casos graves podem até levar à descamação da pele”, alertam os médicos.

Impactos psicológicos e sociais

Além dos desconfortos físicos, a hiperidrose pode gerar grande constrangimento, afetando as relações sociais e profissionais. De acordo com um estudo publicado na Anais Brasileiros de Dermatologia, 72% das mulheres com essa condição evitam atividades sociais. Beatriz confirma esse impacto, lembrando das dificuldades que enfrentou na adolescência. Ela não era a única: uma pesquisa do Ambulatório de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, que analisou 1.500 pacientes, apontou que a maioria dos diagnosticados com hiperidrose primária eram mulheres (78%).

Os efeitos da hiperidrose vão além do desconforto e constrangimento. “A sudorese excessiva pode facilitar o surgimento de infecções fúngicas, como micose e candidíase, e bacterianas, além de agravar condições dermatológicas como dermatite de contato e atópica”, explicam os especialistas.

Cuidando dos pés

Além das mãos, Beatriz também enfrenta dificuldades com o suor nos pés. Para evitar o desconforto e o mau odor, ela utiliza sapatos fechados mesmo no verão e aplica talco regularmente. Na adolescência, ela enfrentou o problema de bromidrose (chulé) e, desde então, adotou cuidados diários com a higiene dos pés, incluindo o uso de vinagre e bicarbonato de sódio. “A hiperidrose aumenta as chances de bromidrose. Diminuir o suor pode ajudar a controlar o mau odor, mas, dependendo da causa, podem ser necessários tratamentos específicos, como antibióticos”, explicam os especialistas.

Tratamentos disponíveis

Existem tratamentos para a hiperidrose, mas eles apresentam limitações. As opções vão desde antitranspirantes com cloreto de alumínio para mãos e pés até a aplicação de toxina botulínica, que bloqueia temporariamente os nervos responsáveis pelo suor. Em casos mais graves, pode-se recorrer à cirurgia de simpatectomia, que envolve o corte de nervos específicos, mas há risco de sudorese compensatória em outras áreas do corpo.

Embora as terapias combinadas e o acompanhamento psicológico sejam recomendados para combater o ciclo de ansiedade e suor excessivo, Beatriz ainda busca formas de lidar com sua condição. “Já tentei todas as receitas caseiras e vários produtos, mas eles diminuem muito pouco o meu suor. Eu até pensaria em fazer o tratamento com botox ou a cirurgia, mas tenho receio de que isso afete o movimento das minhas mãos, que são minha ferramenta de trabalho”, conclui.

Essa condição, que afeta tanto o corpo quanto a mente, é um desafio diário para Beatriz e para muitos outros brasileiros. Embora os tratamentos existentes ainda apresentem limitações, o apoio médico adequado e o acompanhamento emocional são essenciais para a gestão da hiperidrose e seus impactos na qualidade de vida.

Fonte: Metrópoles

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