Surto misterioso no Congo: doença semelhante ao ebola já matou 60 pessoas

Reprodução Foto/Agência brasil

A República Democrática do Congo (RDC) enfrenta um surto de uma doença desconhecida que tem gerado grande preocupação entre as autoridades de saúde. Até a última quinta-feira, (27/02), o número de mortes atingiu 60, em pelo menos cinco cidades no noroeste do país africano. O surto, que começou no início de 2025, vem desafiando os sistemas de saúde locais, com causas ainda não identificadas e sintomas severos.

Aprovíncia de Équateur, no noroeste da RDC, foi o epicentro da doença, com casos registrados em localidades como Boloko, Danda, Bomate, Bolomba e Basankusu, algumas delas separadas por distâncias superiores a 300 quilômetros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a dificuldade de acesso a cuidados médicos nas regiões afetadas, o que limita a realização de testes e tratamentos adequados.

Sintomas e rápida evolução da doença

Os sintomas observados nos pacientes são similares aos do Ebola, incluindo febre, dores de cabeça intensas, calafrios, suor excessivo, rigidez no pescoço, dores musculares, articulares e no corpo como um todo, além de coriza, tosse, vômito e diarreia. O avanço rápido da doença é alarmante, com a maioria dos infectados falecendo em até 48 horas após o surgimento dos primeiros sinais. Especialistas sugerem que os altos índices de mortalidade podem estar relacionados à escassez de recursos e condições inadequadas de atendimento nas áreas mais afetadas.

Número de casos e medidas em andamento

Até o momento, a OMS reportou 1.096 casos confirmados e 60 mortes. A doença, ainda sem diagnóstico definitivo, foi classificada como uma grave ameaça à saúde pública.

Origem do surto e expansão

O surto teve início na cidade de Boloko, localizada às margens do Rio Congo. De acordo com informações de um artigo publicado, a doença pode ter sido originada após três crianças da cidade consumirem um morcego encontrado morto entre os dias 10 e 13 de janeiro. Poucas semanas depois, mais quatro jovens, com idades entre 5 e 18 anos, morreram com sintomas semelhantes, o que fez o surto se espalhar para as cidades vizinhas.

O surto continuou a se alastrar por diferentes localidades, com destaque para Bomate, onde foram registrados 419 casos e 45 óbitos suspeitos. Nos últimos dias, novos casos apareceram em Basankusu, mas, até o momento, sem mortes registradas. Bolamba também teve 12 casos confirmados, com 8 óbitos. A OMS trabalha com os números atualizados de 60 mortes, após testes descartarem outras suspeitas.

Testes e investigações

Apesar de testes laboratoriais preliminares, que descartaram a possibilidade de doenças como Ebola ou Marburg, as autoridades de saúde ainda não conseguiram identificar o agente causador da doença. Um possível vínculo com a malária ou meningite está sendo investigado, já que metade dos pacientes com a doença desconhecida testaram positivo para malária. A OMS também está analisando alimentos, água e amostras ambientais para investigar uma possível contaminação.

Dificuldades no combate ao surto

A luta contra a doença enfrenta grandes obstáculos. As áreas afetadas são remotas e de difícil acesso, com infraestrutura precária e falta de comunicação. O transporte de equipes médicas e suprimentos é limitado, o que agrava ainda mais a situação. Para enfrentar esses desafios, a OMS treinou mais de 80 agentes comunitários para identificar e notificar casos, mas o apoio internacional precisa ser ampliado para controlar a propagação do surto.

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