SUS inicia substituição do papanicolau por exame de DNA mais eficaz contra câncer do colo do útero

Reprodução: Darko/pixabay

O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou a substituição gradual do tradicional exame papanicolau pelo teste molecular de DNA-HPV, considerado mais eficaz na detecção precoce do câncer de colo de útero. A mudança, já recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visa aumentar a precisão do rastreamento da doença e salvar vidas por meio do diagnóstico precoce.

A expectativa do Ministério da Saúde é que o novo teste se torne o padrão nacional no prazo de até 180 dias, de acordo com diretrizes divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Detecção precoce com mais eficácia

Diferente do papanicolau, que detecta alterações celulares já causadas pelo vírus, o exame de DNA-HPV identifica a presença do vírus causador do câncer mesmo antes de lesões visíveis se formarem. Estudos apontam que ele pode revelar infecções com até 10 anos de antecedência, o que amplia a janela de prevenção e aumenta as chances de cura.

“A tecnologia de DNA para detecção do HPV, junto ao rastreamento periódico, é mais fidedigna que o papanicolau para prevenir a doença”, afirma uma especialista em saúde da mulher.

O exame também permite a identificação dos subtipos mais perigosos do HPV, como os tipos 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de lesões pré-cancerosas.

Coleta simples e ampliação do intervalo

Profissionais de enfermagem já capacitados para o papanicolau poderão realizar a coleta do novo teste com um treinamento adicional. Embora o método de coleta seja ligeiramente diferente, o procedimento segue simples e acessível.

Uma mudança importante será o intervalo entre os exames: mulheres sem detecção do vírus poderão realizar o teste a cada cinco anos, e não mais a cada três. A faixa etária recomendada permanece entre 25 e 49 anos.

Em casos positivos para os tipos mais agressivos de HPV, a paciente será encaminhada para colposcopia, exame que amplia a visualização do colo do útero e permite maior precisão no diagnóstico.

HPV: um vírus comum, mas perigoso

O papilomavírus humano (HPV) está presente em mais da metade das mulheres brasileiras sexualmente ativas, e também em 41,6% dos homens, segundo dados nacionais. Embora a infecção, em muitos casos, não evolua para doença, o vírus está diretamente ligado ao câncer de colo de útero, além de outros tumores como os de ânus, pênis, garganta e boca.

O câncer de colo do útero é o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil e, na maioria das vezes, assintomático em estágios iniciais. Quando surgem, os sintomas podem incluir:

  • Sangramento vaginal anormal
  • Dor durante a relação sexual
  • Corrimento vaginal com odor desagradável
  • Dor pélvica persistente

Vacinação: a outra frente de combate

Além do novo exame, o Ministério da Saúde reforça a vacinação contra o HPV como ferramenta central para prevenção. Desde 2024, a imunização passou a ser feita com dose única para aumentar a cobertura e acelerar a eliminação do câncer de colo de útero como problema de saúde pública.

A vacina está disponível gratuitamente no SUS para:

  • Meninas de 9 a 14 anos
  • Adolescentes e mulheres vítimas de abuso sexual
  • Pessoas vivendo com HIV, transplantados ou pacientes oncológicos, entre 9 e 45 anos

A integração entre vacinação e rastreamento com teste de DNA-HPV é vista como fundamental para atingir a meta da OMS de eliminar o câncer de colo do útero até 2030.

Compartilhar:

Facebook
X
LinkedIn
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mostre a sua marca e aumente seus ganhos

O seu anúncio aqui (365 x 270 px)
Últimas Notícias
Assuntos

Inscreva-se na nossa newsletter

Fique sempre atualizado sobre os cuidados com a sua saúde.