SUS passa a adotar membrana retirada no parto para tratar queimaduras

Reprodução/Instagram/@educhem

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incorporar uma nova tecnologia ao tratamento de queimaduras: o uso da membrana amniótica — uma camada interna da placenta, expelida durante o parto — como curativo biológico. A medida promete acelerar a cicatrização, reduzir custos e diminuir o tempo de internação, especialmente em casos graves.

A decisão foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no início de maio. A partir de agora, hospitais da rede pública poderão utilizar a membrana, desde que sejam cumpridos os mesmos critérios exigidos para transplantes de pele. Isso inclui a autorização formal da doadora e exames para garantir que o material esteja livre de doenças transmissíveis.

A membrana amniótica é obtida exclusivamente após partos por cesariana, com o consentimento da gestante. Depois da coleta, o material é processado em bancos de tecidos, onde passa por etapas de descontaminação e controle de qualidade antes de ser utilizado como substituto da pele em feridas.

De acordo com especialistas, o uso da membrana representa um avanço significativo no tratamento de queimaduras, oferecendo uma alternativa eficaz, menos dolorosa e mais econômica em relação aos métodos tradicionais. Além de estimular a regeneração da pele, o curativo biológico ajuda a reduzir o risco de infecções e melhora o conforto do paciente durante a recuperação.

A técnica já é empregada em países como Estados Unidos, membros da União Europeia e em diversas nações sul-americanas. No Brasil, seu uso emergencial foi registrado pela primeira vez após o incêndio da Boate Kiss, em 2013, quando vítimas foram tratadas com esse tipo de material no Rio Grande do Sul.

Especialistas destacam ainda que a segurança da membrana amniótica é superior à de tecidos provenientes de doadores falecidos, já que a coleta é realizada em um contexto controlado, durante o pré-natal, o que facilita o rastreamento e minimiza os riscos de contaminação.

Além das grandes queimaduras, o material também poderá ser aplicado em lesões de segundo grau e em áreas doadoras de enxertos, que costumam ser bastante dolorosas.

A captação do tecido segue protocolos rígidos, sendo permitida apenas em partos cesáreos com autorização prévia. Após a coleta, a membrana é enviada ao banco de tecidos para ser processada. A expectativa é que a nova tecnologia contribua para atender a demanda reprimida do país, que registra mais de 1 milhão de casos de queimaduras por ano.

Após anos de avaliação técnica, a proposta foi finalmente aprovada pela Conitec, que havia iniciado a análise em 2021, após sinal verde do Conselho Federal de Medicina (CFM). A implementação definitiva agora depende apenas da regulamentação pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Fonte: Metrópoles

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