Tabagismo custa caro ao Brasil e continua ameaçando vidas, especialmente entre os jovens

AbsolutVision/Pixabay

O tabagismo continua deixando um rastro preocupante de prejuízos no Brasil — tanto para a saúde pública quanto para a economia. Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que os custos totais associados ao uso do tabaco chegam a impressionantes R$ 153,5 bilhões por ano no país. Essa soma leva em conta tanto os gastos diretos com tratamento de doenças quanto as perdas econômicas provocadas por mortes prematuras, incapacidades e cuidados informais. O montante representa 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Apesar desse impacto bilionário, a arrecadação com impostos federais do setor ficou em R$ 8 bilhões em 2022 — o que cobre apenas 5,2% de todos os custos gerados pelo tabagismo no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, dos R$ 153,5 bilhões, cerca de R$ 67,2 bilhões são destinados diretamente ao tratamento de doenças relacionadas ao tabaco, como câncer, infarto, AVC e doenças respiratórias. Já os chamados custos indiretos, como afastamentos do trabalho e queda de produtividade, somam R$ 86,3 bilhões.

Tabaco mata todos os dias

O Inca também destaca que o tabagismo é responsável por 477 mortes diárias no Brasil. Em um ano, são cerca de 174 mil vidas perdidas, muitas delas de forma evitável. As doenças mais associadas a essas mortes incluem DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), enfermidades cardiovasculares, diversos tipos de câncer, AVC e até diabetes tipo 2. O fumo passivo, mesmo entre quem nunca acendeu um cigarro, também causa estragos: são cerca de 20 mil mortes anuais atribuídas à exposição à fumaça de terceiros.

Vapes: a nova ameaça entre os jovens

Mesmo proibidos no país desde 2009, os dispositivos eletrônicos para fumar — popularmente conhecidos como cigarros eletrônicos ou “vapes” — continuam ganhando espaço, especialmente entre os mais jovens. Com forte apelo tecnológico e estratégias de marketing agressivas, esses produtos têm conquistado adolescentes e adultos jovens.

De acordo com a pesquisa Vigitel, feita pelo Ministério da Saúde nas capitais brasileiras, 2,1% da população adulta utilizou cigarros eletrônicos em 2023. A faixa etária mais afetada é a dos 18 aos 24 anos, onde 6,1% dos entrevistados relataram o uso.

Quem quer parar, tem apoio

Atualmente, 9,3% da população brasileira se declara fumante, o que representa cerca de 19,6 milhões de pessoas. O número de homens fumantes (11,7%) segue sendo maior que o de mulheres (7,2%), segundo o Vigitel 2023.

Para ajudar quem quer abandonar o cigarro, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito em todas as regiões do país. O suporte inclui acompanhamento profissional, grupos de apoio e medicamentos. Estão disponíveis recursos como terapia de reposição de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e o medicamento bupropiona, que ajuda na redução da dependência.

Fonte: Agência Brasil

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