O uso do polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos estéticos tem gerado alertas entre especialistas e entidades médicas. A substância, associada a casos de deformações e complicações graves, motivou o Conselho Federal de Medicina (CFM) a solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibição de sua produção e comercialização no Brasil.
Publicado em janeiro de 2025, o documento do CFM destaca que o PMMA foi introduzido na medicina durante a Segunda Guerra Mundial para reparação de danos cranianos. No entanto, seu uso estético só se popularizou a partir da década de 1990. Apesar de autorizado pela Anvisa apenas para fins corretivos específicos, o composto segue sendo utilizado em preenchimentos faciais e corporais.
Riscos associados ao PMMA
Diferente do ácido hialurônico, que é naturalmente absorvido pelo organismo, o PMMA pode ser identificado como um corpo estranho, desencadeando reações inflamatórias graves. Essas complicações incluem deformidades permanentes, necrose tecidual e até risco de morte. Há relatos na literatura médica de que aplicações em grandes volumes podem elevar os níveis de cálcio no sangue, podendo levar à insuficiência renal.
Caso haja necessidade de remoção do PMMA, o paciente deve ser submetido a cirurgia, um procedimento complexo e nem sempre totalmente eficaz. Além disso, ao longo do tempo, mudanças naturais no corpo podem tornar a presença do preenchedor visível e desarmônica.
Popularidade e preocupações médicas
Apesar dos riscos, muitas pessoas recorrem ao PMMA por ser uma alternativa mais acessível em comparação a outros preenchimentos e procedimentos cirúrgicos. No entanto, especialistas alertam que aplicações em grandes quantidades, especialmente para aumento de volume em áreas como glúteos e panturrilhas, elevam significativamente as chances de complicações graves.
De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2022 foram realizados cerca de 3 mil procedimentos estéticos no Brasil, sendo quase 1 milhão deles não cirúrgicos, incluindo aplicações de preenchedores.
Especialistas
Especialistas recomendam que qualquer procedimento estético seja realizado apenas com profissionais capacitados e de confiança. Antes de optar por um preenchimento, é essencial discutir os riscos e benefícios com um médico qualificado, garantindo segurança e um resultado satisfatório.