Diante da clássica dúvida sobre qual bebida alcoólica é a escolha “menos prejudicial” em momentos de lazer, a ciência e especialistas da área da saúde são categóricos: não existe um consumo de álcool que seja totalmente seguro. No entanto, algumas escolhas podem, de fato, minimizar os danos ao organismo. O fator mais importante, segundo o consenso, não está no tipo de bebida, mas sim no teor alcoólico, na quantidade consumida e na frequência.
O Principal Vilão: O Teor Alcoólico
Independentemente de ser fermentada ou destilada, toda bebida alcoólica contém etanol, substância que no corpo se transforma em acetaldeído, um composto tóxico e potencialmente cancerígeno. Por isso, a regra fundamental é: quanto maior o teor alcoólico (conhecido pela sigla ABV, de Alcohol by Volume), maior o risco.
Uma lata de cerveja (com cerca de 5% de ABV), uma taça de vinho (12-14%) e uma dose de destilado como vodca ou uísque (40%) contêm aproximadamente a mesma quantidade de etanol puro. Sendo assim, optar por bebidas com menor graduação alcoólica, como cervejas leves ou vinhos suaves, permite um controle maior sobre a quantidade de álcool ingerida, representando um risco menor em comparação a doses de destilados.
Analisando as Opções
- Vinho Tinto: Frequentemente citado por seus potenciais benefícios, o vinho tinto contém antioxidantes como o resveratrol, que estudos sugerem poder trazer alguma proteção cardiovascular. Contudo, esses benefícios só são observados em um consumo muito moderado e não anulam os riscos gerais do álcool.
- Cerveja: Quando comparada a destilados, a cerveja possui menor teor alcoólico e pode conter alguns nutrientes, como vitaminas do complexo B e minerais. No entanto, costuma ser mais calórica. Versões “light” ou com baixo teor alcoólico são alternativas mais seguras.
- Destilados (Vodca, Gin, Uísque): Por terem alta concentração de álcool, representam um risco elevado e sobrecarregam mais o fígado. Bebidas destiladas de qualidade e claras, como vodca e gin, tendem a ter menos “congêneres” — substâncias produzidas durante a fermentação que podem intensificar os sintomas da ressaca. As versões mais escuras, como uísque e rum, possuem mais desses compostos.
Os Piores Cenários: Misturas e Excesso
Especialistas alertam que as combinações são especialmente perigosas. Misturar bebidas alcoólicas com energéticos ou outras fontes de cafeína é uma das piores escolhas, pois a cafeína pode mascarar a sensação de embriaguez, levando a um consumo excessivo e aumentando o risco de arritmias cardíacas e sobrecarga do fígado. Coquetéis ricos em açúcar também são prejudiciais, somando os malefícios do álcool aos do açúcar.
Conclusão: Beba com Moderação e Consciência
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é clara: a única forma de eliminar completamente os riscos é não consumir álcool. Para quem escolhe beber, a moderação é a palavra de ordem. As dicas para reduzir os danos incluem:
- Preferir bebidas com baixo teor alcoólico.
- Beber devagar, intercalando com copos de água para manter a hidratação.
- Alimentar-se bem antes e durante o consumo.
- Evitar misturas com estimulantes e açúcar.