As taxas de partos prematuros — aqueles que ocorrem antes da 37ª semana de gestação — aumentaram significativamente nos Estados Unidos ao longo da última década. Um novo estudo, que analisou mais de 5,4 milhões de nascimentos registrados na Califórnia entre 2011 e 2022, revela que os índices de prematuridade saltaram de 6,8% para 7,5% nesse período. A tendência acompanha um padrão semelhante observado em todo o país.
O levantamento aponta que esse crescimento está relacionado ao avanço de condições que elevam o risco de parto prematuro, como diabetes, infecções sexualmente transmissíveis e distúrbios de saúde mental. Ao mesmo tempo, houve queda no acesso a fatores considerados protetores, como cuidados pré-natais regulares e participação em programas de apoio nutricional — especialmente entre mulheres de baixa renda.
Além dos dados clínicos, o estudo escancara as persistentes desigualdades raciais e econômicas no sistema de saúde. As maiores taxas de partos prematuros foram registradas entre mulheres negras com seguro público (11,3%). Já entre mães brancas com plano de saúde privado, a taxa foi de 5,8%. Mesmo entre mulheres negras com seguro privado, os números continuaram acima da média — passando de 9,1% em 2011 para 8,8% em 2022.
O cenário também é preocupante entre povos indígenas. Entre as mulheres nativo-americanas com seguro privado, a taxa de nascimentos prematuros cresceu de 6,4% para 9,5%. Já entre famílias de baixa renda, programas como o WIC — que oferece apoio nutricional a gestantes e crianças — mostraram efeito protetor, mas a adesão ao programa diminuiu ao longo dos anos.
Bebês prematuros estão mais vulneráveis a problemas de saúde física e emocional, dificuldades no desenvolvimento e até maior risco de morte. Fatores como tabagismo, pressão alta, diabetes e infecções são conhecidos por aumentar a chance de um parto antecipado.