Um estudo recente realizado em São Francisco, nos Estados Unidos, revelou uma conexão preocupante: o uso simultâneo de álcool e cocaína pode aumentar significativamente o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em mulheres que vivem em situação de rua ou com moradia precária.
A pesquisa acompanhou 245 mulheres em condições de vulnerabilidade social por um período de aproximadamente dois anos, analisando dados de saúde, uso de substâncias e fatores de risco conhecidos, como colesterol elevado e idade. Durante esse tempo, 9 participantes – o equivalente a 3,8% do grupo – sofreram algum tipo de AVC.
O ponto mais alarmante do estudo foi a presença de cocaetileno no organismo – uma substância tóxica produzida quando álcool e cocaína são consumidos juntos. As mulheres que apresentavam esse marcador no corpo tiveram mais que o triplo de chances de sofrer um AVC, mesmo quando comparadas com outras usuárias que também faziam uso de opioides ou apresentavam outros fatores de risco.
A descoberta acende um alerta importante sobre os riscos específicos dessa combinação, muitas vezes subestimada. Os autores do estudo destacam duas frentes urgentes de ação: conscientizar mulheres em situação de rua sobre os perigos do uso conjunto de álcool e cocaína, e adotar o cocaetileno como possível indicador de alto risco para intervenções médicas mais rápidas e eficazes.
Além disso, os resultados reforçam a importância de políticas públicas de saúde que estejam alinhadas com a realidade de populações vulneráveis. Estratégias de prevenção, acolhimento e acesso à informação podem fazer a diferença na redução de casos de AVC e no combate às desigualdades em saúde.