Desigualdade social pode acelerar o envelhecimento e aumentar o risco de doenças, aponta estudo internacional

Reprodução: AlisaDyson/pixabay

Um estudo internacional liderado por pesquisadores da University College London revelou que condições socioeconômicas desfavoráveis podem acelerar o envelhecimento biológico e elevar significativamente o risco de doenças crônicas. A pesquisa analisou dados de mais de 800 mil pessoas acompanhadas ao longo de décadas e trouxe evidências de que a desigualdade social impacta diretamente a saúde ao longo da vida.

Os cientistas identificaram, por meio de análises sanguíneas, proteínas ligadas ao envelhecimento, muitas delas associadas à inflamação crônica e ao estresse celular. Os resultados mostraram que indivíduos com maior renda e melhor nível educacional apresentavam níveis mais baixos dessas substâncias, o que indica um envelhecimento biológico mais lento — mesmo entre pessoas da mesma faixa etária.

Por outro lado, pessoas em situação de vulnerabilidade social apresentaram um risco até 20% maior de desenvolver doenças relacionadas ao avanço da idade, como diabetes tipo 2, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e câncer de pulmão. Em alguns grupos, esse risco chegou a ser mais que o dobro em comparação aos participantes em melhores condições.

Apesar dos dados preocupantes, o estudo também trouxe uma mensagem otimista. Os pesquisadores observaram que melhorias nas condições de vida ao longo do tempo — como acesso à educação, emprego e serviços de saúde — podem reverter parte dos efeitos negativos do início da vida em situação de pobreza. Pessoas que ascenderam socialmente apresentaram perfis biológicos mais semelhantes aos de grupos mais privilegiados.

Os autores defendem que envelhecer com saúde não deve ser um privilégio, mas uma meta acessível a todos. Para isso, reforçam a importância de políticas públicas que combatam a desigualdade social e promovam condições básicas como educação de qualidade, alimentação adequada, moradia e acesso universal à saúde.

“Este estudo reforça que as origens sociais moldam profundamente nossa saúde ao longo da vida. Reduzir as desigualdades é uma forma concreta de promover não só justiça social, mas também bem-estar e longevidade para todos”, conclui o relatório.

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