Um estudo conduzido no Canadá identificou uma conexão alarmante entre a doença renal crônica (DRC) e o declínio cognitivo, afetando funções importantes como raciocínio, memória de trabalho e tempo de resposta. A pesquisa, que acompanhou aproximadamente 16 mil indivíduos saudáveis, analisou a taxa de filtração glomerular dos participantes e a relação dessa função renal com o desempenho cerebral.
Os resultados indicaram que aqueles com a função renal comprometida apresentaram pior desempenho cognitivo, independentemente de variáveis como idade, sexo, índice de massa corporal ou saúde cardiovascular. Além disso, exames de imagem revelaram sinais de atrofia cortical, especialmente nos lobos frontais do cérebro, região vital para as funções cognitivas mais complexas.
Embora os mecanismos exatos ainda não sejam completamente compreendidos, os pesquisadores sugerem que a incapacidade dos rins de filtrar adequadamente o sangue pode facilitar o acúmulo de toxinas no organismo, o que, por sua vez, prejudica a função cerebral. O diabetes, principal responsável pelo desenvolvimento da DRC, também pode contribuir para problemas vasculares que afetam tanto os rins quanto o cérebro.
A atrofia cerebral observada nos participantes sugere que uma função renal reduzida pode estar diretamente ligada à neurodegeneração, condição associada a doenças como Alzheimer e outras formas de demência.
Especialistas enfatizam a importância de uma maior compreensão dessa relação para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. “Identificando quais áreas do cérebro são mais vulneráveis devido à função renal reduzida, poderemos aprimorar as estratégias terapêuticas”, afirmou um dos pesquisadores.