Dois novos estudos apresentados durante a reunião anual da American Heart Association revelaram um aumento significativo nos casos de pressão alta entre jovens adultos e crianças nos Estados Unidos. Os dados analisados, coletados entre 2017 e 2020 pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), destacam um cenário preocupante no que diz respeito à saúde cardiovascular dessa faixa etária.
O primeiro estudo investigou as leituras de pressão arterial de adultos jovens, focando em cinco fatores sociais e econômicos que podem impactar a saúde: nível educacional baixo, renda insuficiente, falta de seguro de saúde, insegurança alimentar e desemprego. Os resultados mostraram que quase 25% das pessoas entre 18 e 39 anos apresentavam pressão arterial acima dos níveis considerados saudáveis (130/80 mmHg). Além disso, esses jovens eram mais propensos a enfrentar desafios como falta de seguro de saúde, insegurança alimentar e dificuldades financeiras, fatores que dificultam o controle da pressão arterial.
De acordo com os pesquisadores, adultos com duas ou mais necessidades sociais não atendidas tinham 80% mais chances de apresentarem pressão alta não tratada e 70% mais probabilidades de não conseguirem controlar a condição.
No segundo estudo, os dados mostraram que quase 9% das crianças de 8 a 19 anos apresentavam pressão arterial elevada, enquanto mais de 5% eram diagnosticadas com hipertensão. A condição foi mais prevalente entre os meninos: cerca de 14% apresentaram pressão elevada, e quase 7% estavam com a pressão alta. Já entre as meninas, os números foram significativamente menores, com 3% apresentando pressão elevada e 4% com hipertensão. A pesquisa revelou ainda que crianças com obesidade grave tinham maior propensão a desenvolver pressão alta, e que a condição tendia a aumentar conforme a idade.