Uma pesquisa conduzida pela Universidade do Sul da Flórida e pelo Instituto de Câncer do Hospital Geral de Tampa, nos Estados Unidos, revelou uma possível conexão entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento do risco de câncer colorretal. A doença é a segunda principal causa de mortes relacionadas ao câncer no país, e os achados reforçam preocupações sobre os impactos da dieta ocidental na saúde.
Os pesquisadores analisaram 162 amostras de tumores de pacientes e identificaram um desequilíbrio entre moléculas inflamatórias e aquelas que promovem a recuperação do organismo. Segundo o cientista Timothy Yeatman, um dos autores do estudo, “o câncer é como uma ferida que não cicatriza. Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados compromete a capacidade do corpo de curar essas feridas, favorecendo o crescimento tumoral”.
A pesquisa também destaca a relevância da “medicina de resolução”, abordagem que propõe o uso de alimentos ricos em gorduras benéficas, como o ômega-3 presente em peixes, algas e vegetais, para reduzir processos inflamatórios no organismo. Estudos iniciais sugerem que compostos derivados de óleo de peixe podem contribuir para atenuar a inflamação crônica, fator que influencia o desenvolvimento do câncer.
Além da relação com o câncer colorretal, o consumo excessivo de produtos ultraprocessados já foi associado a doenças como Alzheimer, diabetes e problemas cardiovasculares. Para os especialistas, um estilo de vida equilibrado, com alimentação natural, sono adequado e prática regular de exercícios, é essencial para fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças crônicas.