Uma nova pesquisa feita pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, aponta que bebês concebidos por meio de tecnologias de reprodução assistida — como a fertilização in vitro (FIV) — têm mais chances de nascer com defeitos cardíacos graves. O estudo revelou que o risco é 36% maior em comparação com bebês concebidos naturalmente.
A descoberta foi baseada na análise de um extenso banco de dados que reuniu informações de mais de 7,7 milhões de nascimentos ocorridos entre o fim dos anos 1980 e os anos recentes, em países nórdicos como Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Os pesquisadores compararam casos de crianças concebidas naturalmente com aquelas geradas por diferentes formas de reprodução assistida, incluindo injeção de esperma e congelamento de embriões.
Um dos focos do estudo foi identificar a ocorrência de defeitos cardíacos congênitos — aqueles presentes ainda no útero ou que se manifestam até o primeiro ano de vida. Além disso, os cientistas consideraram variáveis como a nacionalidade da mãe, idade, tabagismo durante a gestação, presença de diabetes e histórico de problemas cardíacos.
Apesar de o risco absoluto ainda ser relativamente baixo — 1,84% entre os nascidos por reprodução assistida, contra 1,15% nos concebidos naturalmente — a diferença é estatisticamente significativa. O alerta é ainda mais forte quando se trata de partos múltiplos, que são mais comuns nesses tratamentos: entre esses casos, a taxa de anomalias cardíacas subiu para 2,47%, em comparação com 1,62% nos nascimentos únicos.
Os resultados reforçam a necessidade de um acompanhamento médico ainda mais rigoroso para gestações decorrentes de reprodução assistida, especialmente em casos de gravidez múltipla. Embora a tecnologia tenha oferecido esperança a milhões de casais com dificuldades para engravidar, o estudo destaca a importância de pesar os riscos e garantir cuidados pré-natais adequados para proteger a saúde do bebê.
