Um novo estudo da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, revelou que a posição do braço durante a medição da pressão arterial pode influenciar significativamente o resultado do exame. Segundo os pesquisadores, um simples erro de posicionamento pode levar à superestimação da pressão sistólica em até 7 mmHg, o que pode impactar diagnósticos e tratamentos.
A pesquisa avaliou três posições comuns do braço durante a medição:
- Apoiado em uma mesa (posição recomendada)
- Apoiado no colo
- Pendurado ao lado do corpo
Os resultados mostraram que, em comparação com a posição correta (braço apoiado na altura do coração), a posição no colo elevou a leitura da pressão sistólica em 3,9 mmHg, enquanto a posição com o braço pendurado ao lado do corpo aumentou em média 6,5 mmHg.
Metodologia do estudo
Participaram do estudo 133 adultos, com idades entre 18 e 80 anos. Os voluntários foram organizados aleatoriamente em grupos que passaram por medições em diferentes ordens e posições. Antes de cada leitura, seguiram um protocolo padronizado, incluindo esvaziar a bexiga, caminhar por dois minutos e descansar sentados por cinco minutos com as costas e os pés apoiados.
Cada participante teve sua pressão medida em três posições diferentes de braço, com repetições para garantir a precisão dos dados. Uma quarta rodada de medições foi feita com o braço corretamente apoiado em uma mesa, conforme as diretrizes da American Heart Association (AHA).
Recomendações reforçadas
Com base nos achados, os autores do estudo enfatizam que profissionais de saúde devem estar mais atentos à postura do paciente durante a aferição da pressão arterial, especialmente em consultas de rotina ou triagens.
As diretrizes da AHA orientam que:
- O braço deve estar apoiado na altura do coração;
- O paciente deve estar sentado, com as costas apoiadas, pés no chão e pernas descruzadas;
- O manguito precisa ser do tamanho adequado ao braço do paciente.
Impacto clínico
Os pesquisadores alertam que diferenças pequenas, como 4 ou 7 mmHg, podem levar a diagnósticos errados de hipertensão ou a ajustes desnecessários de medicamentos. “A posição incorreta do braço pode parecer irrelevante, mas pode resultar em decisões clínicas importantes sendo baseadas em dados imprecisos”, apontam os autores.