Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, apontou que grande parte da população americana adota hábitos alimentares que favorecem processos inflamatórios no corpo — fator que pode aumentar o risco de doenças como câncer, problemas cardiovasculares e outras condições crônicas.
Os cientistas analisaram dados de mais de 34.500 adultos, colhidos entre 2005 e 2018 por meio de uma pesquisa federal de saúde e nutrição. Para avaliar a qualidade das dietas, os pesquisadores utilizaram o chamado índice inflamatório alimentar, ferramenta que leva em conta 45 componentes alimentares e atribui uma pontuação de -9 (mais anti-inflamatório) a +8 (mais inflamatório), com 0 representando uma dieta neutra.
O resultado não foi animador: apenas 34% das pessoas analisadas seguiam dietas com efeito anti-inflamatório. A maioria consumia alimentos que favorecem inflamações — um fator de risco silencioso e ainda pouco discutido em comparações com outros indicadores nutricionais, como gorduras, proteínas ou carboidratos.
De acordo com os pesquisadores, é preciso olhar para a alimentação de forma mais integrada. “Não basta consumir frutas ou vegetais. Se a dieta também inclui grandes quantidades de carne vermelha, álcool ou alimentos ultraprocessados, o efeito final pode ser inflamatório”, alerta a equipe.
O estudo também reforça que alguns alimentos têm efeito protetor contra inflamações e deveriam ser incorporados com mais frequência ao dia a dia. Alho, gengibre, açafrão, chá verde e chá preto são exemplos clássicos, assim como peixes ricos em ômega-3 (como o salmão), frutas vermelhas, leguminosas, grãos integrais e vegetais de folhas verdes. Todos esses alimentos fazem parte da conhecida dieta mediterrânea, que tem ganhado destaque por seus benefícios à saúde cardiovascular e ao envelhecimento saudável.