HPV pode comprometer a fertilidade masculina, aponta estudo

Reprodução: wirestock/freepik

Embora o papilomavírus humano (HPV) seja amplamente associado à saúde feminina devido à sua ligação com o câncer do colo do útero, novas pesquisas indicam que ele também pode impactar a fertilidade masculina. Um estudo conduzido pela Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, sugere que a infecção por HPV pode afetar a qualidade do esperma, levantando preocupações sobre seus efeitos na reprodução.

Vacinação masculina ainda é baixa

A vacina contra o HPV é recomendada para crianças entre 9 e 14 anos, sendo mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual. No entanto, a adesão entre meninos ainda é inferior à das meninas. Nos Estados Unidos, em 2022, cerca de 65% das meninas estavam totalmente vacinadas contra o vírus, enquanto o índice entre os meninos foi de 61%.

Como o HPV afeta o esperma?

Para avaliar os impactos do HPV na fertilidade masculina, os pesquisadores analisaram amostras de sêmen de 70 homens, sendo 27 infectados pelo vírus e 43 não infectados. Entre os portadores do HPV, 20 apresentavam cepas de alto risco associadas a diferentes tipos de câncer, como o cervical, anal, genital e de boca e garganta. Outros sete tinham variantes de baixo risco.

Inicialmente, os cientistas não identificaram diferenças significativas na qualidade do sêmen entre os grupos. No entanto, uma análise mais detalhada revelou que os homens com HPV de alto risco apresentavam uma redução significativa na contagem de leucócitos, glóbulos brancos essenciais para a resposta imunológica no sistema reprodutivo.

Além disso, o estudo apontou que o esperma desses homens estava mais suscetível a danos causados pelo estresse oxidativo, um fenômeno que pode fragmentar o DNA e levar à morte celular.

Implicações para a fertilidade e saúde reprodutiva

Os resultados levantam preocupações sobre como o HPV de alto risco pode afetar a qualidade do DNA espermático e, consequentemente, a capacidade reprodutiva dos homens. Os pesquisadores destacam a necessidade de mais estudos para entender os impactos do vírus na fertilidade e possíveis riscos à saúde dos descendentes.

Os achados reforçam a importância da vacinação contra o HPV para ambos os sexos, não apenas como uma medida de prevenção contra o câncer, mas também como uma forma de proteger a saúde reprodutiva masculina.

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