Pesquisadores do Leiden University Medical Center, na Holanda, descobriram que pessoas que costumam ficar acordadas até tarde têm quase 50% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com aquelas que dormem mais cedo. Esse risco elevado persiste mesmo após considerar outros fatores de estilo de vida prejudiciais, como má alimentação, falta de exercício, consumo de álcool, tabagismo e sono de baixa qualidade.
Uma explicação possível para esse fenômeno é que o ritmo circadiano, ou relógio biológico, das pessoas com cronotipos tardios (aqueles que são naturalmente mais ativos à noite) pode estar desincronizado com os horários sociais e de trabalho da sociedade, levando a um desalinhamento circadiano. Esse desalinhamento pode causar distúrbios metabólicos, favorecendo o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 5.000 pessoas que participavam de uma pesquisa sobre a influência da gordura corporal em doenças. Os dados incluíam os horários típicos de sono e vigília de cada participante, além de fatores de estilo de vida que poderiam aumentar o risco de diabetes.
Ao longo de cerca de seis anos de acompanhamento, 225 participantes foram diagnosticados com diabetes tipo 2. A análise mostrou que os “notívagos” apresentaram um risco 46% maior de desenvolver a doença, mesmo levando em consideração seus hábitos de vida. Já as pessoas que acordam cedo ou têm padrões de sono médios não apresentaram risco estatisticamente significativo de desenvolver diabetes tipo 2.
Além disso, os resultados indicaram que pessoas noturnas tendem a ter um IMC mais alto, cinturas maiores e maior quantidade de gordura corporal oculta. Por exemplo, elas apresentam 14% mais gordura no fígado em comparação com aquelas que seguem um padrão de sono médio.