Uma pesquisa realizada pela Universidade de Sydney, na Austrália, revelou que adolescentes com sintomas de depressão têm o dobro de chances de iniciar o uso de cigarros eletrônicos em comparação com aqueles que não apresentam sinais da condição. Os resultados do estudo foram publicados no Australian & New Zealand Journal of Psychiatry e reforçam a preocupação sobre a relação entre saúde mental e hábitos de consumo entre os jovens.
Pesquisa analisou mais de 5 mil estudantes
O levantamento acompanhou a saúde mental e os padrões de uso de cigarros eletrônicos de mais de 5.000 estudantes do 7º e 8º ano, com idades entre 12 e 13 anos, em 40 escolas de Nova Gales do Sul, Queensland e Austrália Ocidental. Entre os participantes, 8,3% afirmaram já ter utilizado cigarros eletrônicos.
Os dados indicam que adolescentes que relataram níveis moderados de estresse apresentaram uma probabilidade 74% maior de começar a usar cigarros eletrônicos em comparação àqueles com baixo estresse. Já entre aqueles que relataram altos níveis de estresse, o risco foi 64% maior.
Outro achado relevante do estudo foi a relação entre o bem-estar percebido e o uso do dispositivo. Jovens que avaliaram seu bem-estar como baixo tiveram uma probabilidade 105% maior de utilizar cigarros eletrônicos em comparação aos que descreveram seu bem-estar como alto.
Ansiedade não apresentou relação significativa
Embora o estudo tenha identificado uma correlação entre sintomas depressivos e o uso de cigarros eletrônicos, os pesquisadores não encontraram uma ligação significativa entre níveis de ansiedade e o consumo dos dispositivos entre adolescentes. Esse dado sugere que o impacto da saúde mental no uso de cigarros eletrônicos pode variar de acordo com o tipo de sofrimento psicológico experimentado pelos jovens.