Um estudo recente avaliou os efeitos do uso de maconha (cannabis) durante a gravidez e concluiu que a substância não contribui para a redução dos níveis de estresse e depressão entre gestantes, mesmo entre aquelas que utilizam a droga com essa finalidade.
A pesquisa acompanhou 504 gestantes em uma clínica obstétrica entre 2019 e 2024, analisando o consumo de cannabis, os níveis de depressão e estresse em cada trimestre da gravidez e as motivações para o uso da substância. Quase metade das participantes (46,8%) relatou ter usado maconha após descobrir a gravidez, sendo que 58,1% desse grupo afirmou utilizá-la para aliviar sintomas de saúde mental.
Os resultados indicaram que, embora os níveis de estresse e depressão tenham diminuído ao longo da gestação, essa redução ocorreu de maneira semelhante tanto entre usuárias quanto entre não usuárias da substância. Além disso, gestantes que recorreram à cannabis para lidar com problemas emocionais apresentaram níveis mais elevados de depressão em todos os trimestres, sem uma queda mais acentuada dos sintomas em relação ao grupo que não fez uso da droga.