Um tratamento experimental com o anticorpo monoclonal tulisokibart demonstrou resultados promissores em pacientes com colite ulcerativa que não haviam respondido a outras terapias. De acordo com um novo estudo clínico, mais de 26% dos pacientes tratados com a substância entraram em remissão dos sintomas em 12 semanas, em comparação com apenas 1,5% dos que receberam placebo.
Entendendo a colite ulcerativa
A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal (DII) que afeta o cólon e o reto. Os sintomas incluem:
- Cólicas e dores abdominais
- Diarreia crônica (com ou sem sangue)
- Perda de peso
- Fadiga
- Sangramento retal
A doença pode ser debilitante e, em alguns casos, resistente aos medicamentos disponíveis, como corticoides, imunossupressores e terapias biológicas.
Como funciona o novo tratamento?
O tulisokibart atua bloqueando uma proteína chamada TL1A, associada ao aumento da inflamação e à fibrose intestinal. Ao inibir essa proteína, o medicamento pode reduzir a resposta inflamatória, proporcionando alívio dos sintomas e favorecendo a cicatrização do tecido intestinal.
Resultados do estudo clínico
O estudo, realizado ao longo de 12 semanas, incluiu dois grupos de pacientes com colite ulcerativa moderada a grave:
- Primeira fase: 135 pacientes receberam tulisokibart intravenoso (1.000 mg na primeira dose, seguido de 500 mg nas semanas 2, 6 e 10) ou placebo.
- Resultado: 26,5% dos tratados com tulisokibart atingiram remissão clínica na semana 12, frente a 1,5% do grupo placebo.
- Resultado: 26,5% dos tratados com tulisokibart atingiram remissão clínica na semana 12, frente a 1,5% do grupo placebo.
- Segunda fase: 75 pacientes foram selecionados com base em um teste diagnóstico (“Dx-positivo”), para identificar os mais propensos a responder ao tratamento.
- Resultado: 31,6% dos pacientes Dx-positivos tiveram remissão, comparado a 10,8% no grupo placebo.
- Resultado: 31,6% dos pacientes Dx-positivos tiveram remissão, comparado a 10,8% no grupo placebo.
Efeitos colaterais
Os efeitos adversos foram considerados leves a moderados, ocorrendo em 46% dos pacientes tratados com tulisokibart e em 43% do grupo placebo, indicando um perfil de segurança aceitável para uma medicação imunológica.
O que vem pela frente
Com os resultados encorajadores da fase inicial, um estudo de fase 3 está sendo planejado para avaliar a eficácia a longo prazo e a segurança do tulisokibart em um grupo maior de pacientes.
“Esses dados sugerem que o tulisokibart pode representar uma nova e eficaz alternativa de tratamento para pacientes com colite ulcerativa que não obtiveram resposta adequada a terapias existentes”, concluem os autores.