Óleo de soja pode contribuir para o avanço de câncer de mama agressivo, alerta pesquisa

Reprodução: Mateus Andre/freepik

Pesquisadores americanos identificaram uma possível conexão entre a alimentação e o crescimento de tumores agressivos de mama. A descoberta aponta que o ácido linoleico, uma gordura presente em óleos vegetais amplamente consumidos, como o de soja e cártamo, pode acelerar o desenvolvimento de câncer de mama, especialmente o tipo triplo negativo, um dos mais difíceis de tratar.

O estudo, realizado por cientistas da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, revelou que o ácido linoleico, um ácido graxo ômega-6, tem a capacidade de ativar uma proteína chamada mTORC1. Esta proteína é crucial para o crescimento e a multiplicação celular, mas seu impacto é mais evidente em tumores triplo negativos, que não respondem a terapias hormonais nem a medicamentos direcionados.

Durante os experimentos realizados com células e camundongos, os cientistas observaram que a gordura ativava o mTORC1 apenas em tumores desse tipo específico. A chave para esse processo é a presença de uma outra proteína, a FABP5, que está mais abundante nesse tipo de câncer. Ela atua como um “conector” entre o ácido linoleico e a ativação da via mTORC1, criando um ambiente mais favorável ao crescimento tumoral. Camundongos alimentados com dietas ricas nesse ácido mostraram maior atividade da mTORC1 e tumores em estágio de crescimento acelerado.

Além dos experimentos com animais, os cientistas também identificaram altos níveis de FABP5 e ácido linoleico no sangue de pacientes recém-diagnosticadas com câncer de mama triplo negativo, sugerindo que a proteína pode atuar como um biomarcador. Isso poderia ajudar a personalizar tratamentos e orientações nutricionais de forma mais eficaz. “Nosso estudo demonstra como um nutriente específico pode influenciar diretamente o crescimento de um câncer, e abre possibilidades para adaptações alimentares baseadas no tipo de tumor”, explicou um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

Embora a pesquisa tenha se concentrado no câncer de mama, os autores alertam que a via de sinalização ativada pelo ácido linoleico pode ter implicações também para outros tipos de câncer agressivos, como o de próstata. Além disso, o estudo levanta a hipótese de que o ácido linoleico pode estar relacionado a doenças metabólicas crônicas, como obesidade e diabetes, uma vez que o mTORC1 também regula funções metabólicas essenciais. Embora os cientistas não recomendem a exclusão total desses óleos da dieta, a pesquisa sugere que o consumo excessivo pode ser prejudicial, principalmente para pacientes com câncer de mama triplo negativo. O próximo passo, segundo os pesquisadores, é investigar se reduzir a ingestão de ácido linoleico pode impactar positivamente o tratamento e a evolução da doença.

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