Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Lancaster, no Reino Unido, trouxe à tona uma possível conexão entre a perda auditiva e o aumento do risco de desenvolver a Doença de Parkinson. O estudo, que investiga pela primeira vez se deficiências sensoriais como a perda auditiva podem ser um indicativo precoce ou um fator de risco para a doença, traz novas perspectivas sobre o diagnóstico e acompanhamento do Parkinson.
A pesquisa analisou dados de 159.395 participantes do UK Biobank, um banco de dados biomédico que reúne informações de meio milhão de pessoas. Os participantes foram submetidos a testes auditivos realizados em ambientes ruidosos, e nenhum deles apresentava diagnóstico de Parkinson no momento da avaliação. Ao longo de um acompanhamento médio de 14 anos, 810 dos participantes desenvolveram a doença.
Os resultados sugerem que, a cada aumento de 10 decibéis na perda auditiva inicial, o risco de desenvolver Parkinson aumentava em 57%. Para a pesquisadora principal do estudo, Dr. Megan Readman, esses achados indicam uma possível relação entre a perda auditiva e a doença de Parkinson. “Considerar a saúde auditiva pode ser uma estratégia importante tanto para o diagnóstico precoce quanto para o acompanhamento do Parkinson”, afirmou Readman.
No entanto, os cientistas ressaltam que a pesquisa não consegue responder se a perda auditiva é uma causa do Parkinson ou se ambas as condições compartilham uma origem comum. A compreensão dessas conexões, segundo os especialistas, é crucial para o desenvolvimento de melhores métodos de diagnóstico e prevenção da doença.