Uma nova análise de estudos clínicos sugere que a terapia com luz brilhante pode ser um aliado eficaz no tratamento da depressão não sazonal, especialmente quando combinada com antidepressivos. A conclusão vem de uma revisão sistemática publicada recentemente, que reuniu dados de 11 ensaios clínicos randomizados realizados entre 2000 e março de 2024.
O levantamento analisou informações de 858 pacientes, sendo a maioria mulheres (75,6%). Os resultados indicam que o uso da luz artificial branca, com intensidade similar à da luz solar (cerca de 10.000 lux), por pelo menos 30 minutos diários, levou a uma melhora significativa nos sintomas depressivos, além de um início de resposta terapêutica mais rápida.
De acordo com os pesquisadores, os pacientes submetidos à terapia com luz apresentaram uma taxa de remissão de 40,7%, contra 23,5% no grupo que não recebeu esse tipo de intervenção. A taxa de resposta — pacientes que tiveram redução considerável dos sintomas — também foi superior: 60,4% no grupo com luz brilhante versus 38,6% entre os demais.
Uma alternativa acessível e segura
A terapia de luz já é amplamente conhecida no tratamento da depressão sazonal (que ocorre em períodos com pouca luz solar, como o inverno em regiões frias), mas esse novo conjunto de evidências amplia seu potencial de uso também para casos não relacionados à sazonalidade.
Na comparação entre grupos, os pacientes tratados com luz brilhante sozinha ou combinada a antidepressivos tiveram melhores resultados do que aqueles expostos a placebo ou à luz vermelha fraca.
Como funciona a terapia
A intervenção é feita com uma caixa de luz fluorescente, que emite uma luz branca intensa, colocada próxima ao paciente enquanto ele realiza atividades cotidianas, como leitura ou trabalho. O tratamento é considerado seguro e de baixo custo, e pode ser feito em casa com orientação médica.
Os autores do estudo afirmam que a terapia de luz pode ser uma alternativa viável para acelerar os efeitos de medicamentos antidepressivos, além de oferecer uma opção para pacientes que buscam terapias complementares com menos efeitos colaterais.