Uso de cigarro eletrônico entre adolescentes preocupa: 1 em cada 9 jovens já experimentou, aponta Unifesp

Reprodução: Foto/Pixabay

Apesar da proibição no Brasil, o uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes segue em alta. Segundo dados do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), divulgado esta semana pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um em cada nove adolescentes brasileiros já declarou ter usado o dispositivo.

O estudo, que ouviu cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais em todas as regiões do país, mostra uma realidade preocupante: o número de jovens usuários de cigarro eletrônico já é cinco vezes maior do que o de fumantes de cigarro tradicional.

Produto proibido, mas de fácil acesso

Embora o comércio, a importação e a propaganda de cigarros eletrônicos sejam proibidos no país, o acesso ainda é facilitado — principalmente pela internet. Segundo a professora e psiquiatra Clarice Madruga, coordenadora da pesquisa, isso contribui para o crescimento do uso, sobretudo entre os mais jovens.

“É muito fácil comprar esses dispositivos online. Isso cria um acesso praticamente sem barreiras, especialmente para adolescentes”, alerta a pesquisadora.

Além disso, Clarice chama atenção para os graves riscos à saúde. Ao contrário do que muitos pensam, o cigarro eletrônico não é inofensivo. Na verdade, a exposição a substâncias tóxicas, como a nicotina, pode ser ainda mais intensa do que no cigarro comum.

Retrocesso nas conquistas contra o tabagismo

O avanço dos dispositivos eletrônicos representa um retrocesso nas políticas públicas de combate ao tabagismo, que vinham reduzindo significativamente o consumo desde os anos 1990.

“Tivemos um histórico de sucesso com políticas antitabagistas que fizeram o Brasil cair vertiginosamente nos índices de fumo. Mas os cigarros eletrônicos quebraram essa trajetória. Hoje, temos um consumo muito maior entre adolescentes e que, infelizmente, passa despercebido pela sociedade”, lamenta Clarice.

Acolhimento e tratamento

Os adolescentes e adultos que participaram da pesquisa puderam optar por encaminhamento para tratamento especializado no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp, o que reforça a importância de ações integradas entre prevenção, educação e assistência.

Fonte: Agência Brasil

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