O número de fumantes de cigarros convencionais caiu para o menor nível em seis décadas nos Estados Unidos. No entanto, o uso geral de produtos à base de tabaco permanece alto — e até crescente — devido à popularização dos cigarros eletrônicos (vapes), especialmente entre jovens adultos, segundo novo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Entre 2017 e 2023, cerca de 6,8 milhões de pessoas abandonaram o cigarro tradicional, mas, no mesmo período, 7,2 milhões começaram a usar exclusivamente cigarros eletrônicos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Entrevistas de Saúde (NHIS). A faixa etária mais afetada é a de 18 a 44 anos.
Riscos semelhantes ao cigarro comum
Embora o vaping seja muitas vezes promovido como uma alternativa menos nociva, estudos recentes colocam essa percepção em xeque. Uma pesquisa publicada na JAMA Network Open mostrou que adolescentes entre 16 e 19 anos que utilizavam vapes apresentavam níveis de nicotina na urina semelhantes aos de fumantes convencionais.
“Isso indica que o risco de dependência continua alto, mesmo sem o cigarro tradicional”, alertam os pesquisadores.
CDC teme retrocessos no combate ao tabagismo
O CDC ressalta que o tabaco — em qualquer forma — continua sendo a principal causa de morte evitável nos Estados Unidos. E alerta: o crescimento do vaping pode comprometer décadas de avanços nas políticas de controle do tabagismo.
Medidas recomendadas pelo CDC incluem:
- Aumento de preços de todos os produtos de tabaco, incluindo vapes;
- Proibição de uso em locais públicos fechados, independentemente do tipo de produto;
- Campanhas educativas sobre os riscos do vaping, especialmente entre jovens;
- Apoio estruturado para quem deseja parar de fumar ou de vaporizar.
Segundo os especialistas, o foco agora deve ser em evitar que a epidemia silenciosa de vapes gere uma nova geração de dependentes de nicotina, travestida de modernidade.
