Uma pesquisa recente publicada no Journal of Behavioral Addictions revelou que o cérebro de adolescentes pode se tornar vulnerável à dependência de videogames, com base em marcadores cerebrais específicos. O estudo analisou dados de 6.143 jovens, entre 10 e 15 anos, ao longo de quatro anos, utilizando exames de ressonância magnética funcional (fMRI) e questionários sobre os hábitos de jogo.
Os resultados indicaram que adolescentes com sintomas mais intensos de dependência de jogos mostraram uma atividade cerebral reduzida nas regiões responsáveis pela tomada de decisões e pelo processamento de recompensas. Essa resposta diminuída aos estímulos de recompensa, especialmente em contextos não relacionados aos jogos, pode ser um fator importante no desenvolvimento de comportamentos problemáticos ligados aos videogames.
Embora os pesquisadores afirmem que os jogos em si não são prejudiciais, alertam para a necessidade de estabelecer um equilíbrio saudável. O estudo destaca que alguns jovens são mais propensos à dependência do que outros, e chama atenção para a importância de entender a linha tênue entre o uso saudável e o excessivo de videogames, considerando também o impacto social que esses jogos têm na vida dos adolescentes.
A pesquisa foi realizada com dados do Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD) Study, um projeto nacional que acompanha mais de 11 mil crianças desde 2015. Esse estudo tem sido fundamental para compreender os diferentes aspectos do desenvolvimento juvenil e influencia políticas públicas sobre saúde mental e comportamento adolescente ao redor do mundo.