Em um mundo onde o desabafo e a expressão de insatisfações são comuns, um alerta importante surge da área da saúde mental: o ato de reclamar excessivamente pode ter consequências prejudiciais para o nosso bem-estar psicológico. Especialistas apontam que, embora expressar descontentamento seja natural e até necessário em certas situações, transformar a reclamação em um padrão comportamental pode minar a saúde da mente.
A ciência por trás desse alerta reside na forma como nossos pensamentos e palavras moldam nossa percepção da realidade e nosso estado emocional. Ao focar persistentemente no negativo, reforçamos circuitos neurais associados à insatisfação e ao pessimismo. Esse ciclo vicioso pode aumentar os níveis de estresse, ansiedade e até mesmo contribuir para quadros depressivos.
Segundo especialistas da área, o cérebro tende a se tornar mais eficiente naquilo que pratica. Portanto, se a prática diária é encontrar falhas e verbalizar queixas, o indivíduo pode desenvolver uma visão distorcida, onde os aspectos negativos da vida ganham um destaque desproporcional em relação aos positivos. Essa perspectiva pode afetar não apenas o humor, mas também os relacionamentos interpessoais, já que a negatividade constante pode afastar as pessoas.
É importante diferenciar a reclamação produtiva – aquela que busca uma solução para um problema real – da ruminação negativa, que apenas reforça o sentimento de impotência e frustração. Enquanto a primeira pode levar a mudanças positivas, a segunda tende a aprisionar o indivíduo em um ciclo de descontentamento.
Profissionais de saúde mental sugerem que desenvolver a consciência sobre os próprios padrões de pensamento e fala é o primeiro passo para mudar esse hábito. Práticas como a gratidão, o foco em soluções em vez de problemas, e a busca por atividades prazerosas podem ajudar a reequilibrar a perspectiva e a cultivar uma mentalidade mais positiva.